Salmo 23 - O Senhor é meu Pastor, nada me faltará...

1. Uma fórmula para o pensamento. Um pastor recebeu a visita de um homem que admira muitíssimo. Ele começara a trabalhar em uma certa empresa, muitos anos atrás, exercendo uma função inferior, mas com muita vontade de vencer. Ele era dotado de muitas habilidades, e de uma grande energia, e fez bom uso disso. Hoje, esse homem é o presidente da companhia, e possui tudo que tal cargo representa. Entretanto, durante a caminhada que o levaria a esta posição, ele não obteve a felicidade pessoal. Tornou-se nervoso, tenso, preocupado, doentio. Um de seus médicos sugeriu-lhe que procurasse um pastor. O pastor e ele conversaram sobre os remédios que lhe haviam sido receitados e que ele tomara. Depois, o pastor pegou uma folha de papel e lhe deu a sua receita: ler o Salmo 23, cinco vezes por dia, durante uma semana. Disse que o tomasse exatamente como ele indicara. Primeiro, deveria lê-lo logo que acordasse de manhã, atentamente, meditando bem nas palavras, e em espírito de oração. Depois, ele

O QUE JESUS DISSE SOBRE OS PROFETAS


A obra dos profetas era testemunhar de Jesus, e o próprio Salvador não tinha mais palavras para os que recusavam levar a sério o testemunho deles concernente a Ele. Jesus estava tão estreitamente identificado com os profetas que nossa atitude quanto a eles determina nossa atitude quanto a Ele. O que fizermos com eles, nós finalmente faremos com Jesus.

Jesus permanecia em silêncio. Ele não falava –nem só uma palavra. A despeito das muitas questões levantadas contra Ele, a despeito das desesperadas tentativas para induzi-Lo a falar, Ele permanecia em silêncio. Esta foi a maior resposta que Jesus jamais deu, e há uma verdade significativa a ser aprendida hoje daquele silêncio.

Foi durante Seu julgamento diante de Herodes. Jesus foi preso no Getsêmani e levado à corte de Anás, depois a Caifás, e então diante do Sinédrio. Ele tinha sido levado a Pilatos, e Pilatos, por seu vez, O enviou a Herodes. "Herodes, vendo a Jesus, sobremaneira se alegrou, pois havia muito queria vê-lo, por ter ouvido falar a seu respeito; esperava também vê-lo fazer algum sinal. E de muitos modos o interrogava; Jesus, porém, nada lhe respondia" (Lc 23:8,9).

Quando eu li a primeira vez sobre o tratamento de silêncio de Jesus para com Herodes, eu me alegrei. Herodes foi aquele que tinha matado João Batista como resultado de uma festa de embriaguez com seus senhores e seu juramento precipitado a Salomé. Assim quando eu li como Jesus tratou com ele, minha reação foi: "Muito bem, Senhor! É assim que se faz. Mostre a ele contra quem ele está lutando. Seja áspero!" E eu teria posto os sapatos de Jesus, eu teria mordido os lábios e feito uma careta; eu teria jogado pedras sobre Herodes. Mas então eu compreendi que Jesus não sentia o mesmo absolutamente. Jesus veio a este mundo para morrer por Herodes exatamente assim como viera para morrer por mim.

Não poderíamos ver o silêncio de Jesus como sendo rude e vingativo com relação a Herodes. Ao contrário nós deveríamos vê-Lo permanecendo lá silenciosamente, talvez com lágrimas em Seus olhos, entristecendo-Se de que outro de Seus filhos criados O tinha rejeitado. Jesus simplesmente estava aceitando a decisão que Herodes já tinha tomado. Herodes tinha rejeitado a mensagem de João Batista, um dos maiores profetas, e não havia nada mais que até o próprio Jesus pudesse fazer ou dizer para alcançá-lo.

João Batista era um profeta e "mais que um profeta" (Mt 11:19). Ele ensinou o povo que Cristo era maior do que ele (Lc 3:16). Ele era uma luz menor para a Luz Maior. Ele foi o mensageiro de Deus (Mt 11:10).

Uma vez antes disso, um profeta tinha sido "mais do que um profeta". Encontramos o registro em Números 12. Miriã e Arão tinham decidido que Moisés não era nada especial. Eles disseram: "Porventura, tem falado o Senhor somente por Moisés? Não tem falado também por nós?" (verso 2). Deus mesmo veio em defesa de Moisés, aparecendo na coluna da nuvem à porta do tabernáculo. Ele explicou a Miriã e Arão que Moisés era na verdade mais que um profeta, e então, perguntou: "Como, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés?" (verso 8). Miriã, que tinha sido a principal na crítica, foi ferida de lepra.

Herodes, que deveria ter tido medo de até falar contra o mensageiro do Senhor, foi tão insensível da importância de João aos olhos do Céu que o levou à morte! E quando a voz do profeta foi silenciada, Jesus mesmo nada mais tinha a dizer. Ele não tinha nada a dizer porque teria sido inútil dizer mais.

Da história de Jesus e Herodes podemos aprender que se alguém é hostil aos profetas, ele vai ser descortês com Jesus mesmo. As duas atitudes sempre vão juntas.

Uma das características sobressalentes do povo na Palestina no tempo de primeiro advento de Cristo foi que eles tinham problemas com os profetas. Eles tinham sempre tido sempre problemas com os profetas. Nos dias de Cristo eles vinham e adornavam os túmulos dos profetas e diziam: "Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas!" (Mt 23:30). Eles caiavam tentando encobrir os defeitos e penduravam os buquês de flores. E então eles voltavam a Jerusalém, depois que seus baldes estavam vazios, e planejavam a crucifixão de Jesus!

Jesus proferiu palavras duras a eles: "Assim, contra vós mesmos, testificais que sois filhos dos que mataram os profetas. Enchei vós, pois, a medida de vossos pais. Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?" (Mt 23:31-33).

O apóstolo Paulo tinha algo a dizer sobre este ponto também: "Pois os que habitavam em Jerusalém e as suas autoridades, não conhecendo Jesus nem os ensinos dos profetas que se lêem todos os sábados, quando o condenaram, cumpriram as profecias." (At 13:27). Assim Paulo tornou claro que tudo o que as pessoas fizeram aos profetas, eles fizeram a Jesus, e seu relacionamento com os profetas era simplesmente um prelúdio de como eles se relacionariam com Jesus.

Em Atos 7 encontramos a bem conhecida experiência de Estêvão, algumas vezes chamado o primeiro mártir cristão. No meio do seu discurso final, ele quebrou a sequência de sua revisão da história de Israel e acusou seus ouvintes: "Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis. Qual dos profetas vossos pais não perseguiram? Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e assassinos, vós que recebestes a lei por ministério de anjos e não a guardastes." (At 7:51-53).

Foi demasiado para seus ouvintes, e eles arremeteram contra ele, o arrastaram para fora da cidade, e enquanto um jovem chamado Saulo segurava as vestes, eles o apedrejaram até à morte. Mas no últimos momentos de vida Estêvão teve uma visão. Ele olhou para o Céu e viu Jesus em pé à destra de Deus.

Sempre gostei desta parte da história. Jesus estava indo presenciando sentado este ataque ao Seu servo. Ele estava em pé, ao lado de Estêvão. E Estêvão morreu em paz, orando por seus inimigos. Mas ele tinha dito isto. Ele tinha falado a verdade, e foi demasiado profunda e feriu demasiado. Ele tinha dito: "Vocês, o povo, ouvem os profetas todos os sábados e pagam o serviço dos profetas, mas vocês os rejeitam e Aquele de quem eles falaram." O mesmo pode ainda ser verdade hoje!

Na parábola do rico e Lázaro, Jesus disse como o rico pediu que Lázaro permitisse voltar dos mortos para advertir seus cinco irmãos. Mas Jesus disse que Abraão havia dito ao rico: "Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos." (Lc 16:31).

Pouco depois que Jesus contou esta parábola, outro Lázaro foi levantado dos mortos, provando que Jesus estava certo, mas até a ressurreição de Lázaro dos mortos não convenceu aqueles que rejeitaram as instruções e advertências dadas pelos profetas. E quando o próprio Jesus foi levantado dos mortos, aqueles que, ao lado de Herodes, tinham recusado o testemunho dos profetas e O levado à morte ficaram cheios de terror. Mas eles ainda não ficaram persuadidos.

Jesus sempre manifestou o máximo com relação aos profetas. "Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas", Ele disse (Mt 5:17). Noutra ocasião Ele prometeu que "quem recebe um profeta, no caráter de profeta, receberá o galardão de profeta" (Mt 10:41). Os escritores evangélicos apontam repetidamente aos eventos em Sua vida, dizendo: "Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta" (Mt 1:22; cf. Mt 2:15; 3:3; 21:4; Lc. 3:4; Jo 1:23; 12:38). No começo do Seu ministério Jesus leu no livro do profeta Isaías na igreja de Sua cidade no dia de sábado e como resultado foi levado a um precipício (Luc. 4:16-30). Ele citou os profetas vez após vez em Seus ensinos – citou Daniel (Mt 24:15), Jonas (Mt 2:17), Moisés (Lc 24:27), e outros.

Jesus falou aos líderes judeus, advertindo-os do perigo de seguirem as tradições de feitura humana em lugar dos mandamentos de Deus (Mt 15:1-9). E Seus discípulos, esquecendo como frequentemente Ele tinha lido as mentes, vieram a Ele e disseram: "Então, aproximando-se dele os discípulos, disseram: Sabes que os fariseus, ouvindo a tua palavra, se escandalizaram?" (verso 12). Jesus respondeu dando uma de Suas mais curtas parábolas: "Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco." (verso 14).

Esta curta parábola é relevante hoje, para a igreja chamada Laodicéia, a última igreja antes da vinda de Jesus, que também tem um problema com os cegos, entre outras coisas (cf. Ap. 3:14-22). Não era apenas o povo dos dias de Cristo que eram cegos ou guias de cegos!

O apóstolo Paulo, comparando as diferentes partes do corpo com as diferentes partes da igreja, fala dos olhos da igreja (1Co 12). Agora, olhos são para ver, e em 1 Samuel 9:9 descobrimos que nos tempos bíblicos um profeta era chamado um "vidente" – alguém que vê. Ao dar à Sua igreja o dom de profetas, Deus tinha provido olhos para que nós pudéssemos ver e escapar de ser tanto seguidores cegos como guias de cegos. As pessoas do tempo de Jesus, cegas como eram, não tinham razão para serem cegos, porque "olhos" tinham sido providos para eles. Eram cegos porque recusavam ver (Mt 13:14, 15). Vendo, não vêem, e ouvindo, não ouvem. Jesus lhes disse: "Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado" (Jo 9:41). Foi ao rejeitar a luz válida para eles através dos videntes que eles se tornaram cegos, e esta verdadeira rejeição da luz tornou impossível a maior iluminação para eles.

O próprio Jesus falou da impossibilidade de alcançar os que rejeitam os profetas. Em sua despedida de Jerusalém, ele clamou: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!" (Mt 23:37).

Na manhã da ressurreição, quando Cristo estava andando pela pequena vila de Emaús, Ele estava tentando encorajar a dois homens. Com os corações pesados, com os olhos cheios de lágrimas, eles recordaram ao "Estranho" os eventos dos últimos dias passados. E com todas as fontes dos Céus ao Seu dispor, Jesus escolheu um método acima de todos os outros para alcançar suas mentes e confortar seus corações. "E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras." (Lc 24:27). Jesus designou que Seu povo seria guiado pelas mensagens dadas através dos profetas, e assim Ele deu aos profetas prioridade máxima por Seu próprio ensino e exemplo.

Com base nos ensinos de Jesus, com base na Escritura, e com base na repetição da história, eu proponho que o que quer que você fizer com os profetas, você estará fazendo com Jesus enfim. Se você aceitar os profetas, escutá-los e seguir seus conselhos, você aceitará a Jesus e O escutará e O seguirá. Se você rejeitar os profetas e ignorar suas mensagens, você rejeitará e ignorará ao Senhor Jesus. O povo de Israel não foi o único em seus problemas com os profetas, e nós somos convidados a aprender da sua experiência. "Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado" (1Co 10:10).

Morris Venden
MINISTRY

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