SALMO 1 - A PRIMAZIA DA PALAVRA

1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. 2  Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. 3  Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido. 4 Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa. 5  Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. 6  Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá. Este poema é uma introdução de encaixe ao livro de 150 salmos. Revela o padrão básico da sabedoria e adoração de Israel. A vida é vista não nos momentos isolados do presente, mas na perspectiva da eternidade, na visão de Deus. O autor conecta vida humana intimamente com a vontade e o coração de Deus. O salmo lança um apelo desafiador a Israel – e a to

A unidade da Fé



INTRODUÇÃO

1. Texto: Efésios 4:1 a 16.

2. Contexto: A igreja de Éfeso era composta por múltiplas nacionalidades. Além disso, a herança religiosa causava divergência doutrinária entre os cristãos. Uma vez composta por judeus, gentios, asiáticos, europeus, escravos e livres, Paulo reconhece a necessidade de unir essas pessoas em Cristo.

Como instrumento de reconciliação e unidade, a igreja que é exemplificada como o corpo de Cristo, deveria em amor proporcionar tanto a judeus, como gentios, um ambiente favorável para o crescimento na fé, relacional e missional. Os gentios também precisavam entender que são dignos de desfrutar o mesmo lugar de igualdade e privilégios diante de Deus e da Igreja.

3. Objetivos: (1) Ressaltar a unidade revelada pela Divindade; (2) Identificar a importância da unidade no Corpo de Cristo; (3) Persuadir os ouvintes a cumprirem a missão confiada à igreja com base nos resultados espirituais da unidade eclesiástica.

4. Proposição: Um Deus, por meio de um Cristo nos redimiu do pecado, deu-nos uma fé, nos regenerou por um Espírito, nos fez membros de um corpo por meio de um batismo, e nos deu uma esperança eterna.

5. Ilustração: Certo pai, já bem velho, chamou os cinco filhos e lhes ensinou uma lição. Pediu-lhes que trouxessem um feixe de varas. Tomou uma das varas e mandou que a quebrassem. Foi fácil quebra-la. Depois tomou o feixe de varas, amarrou-o bem e mandou que o quebrassem. Imediatamente o filho disse que não seria possível. Assim, disse o pai, se vocês estiverem sozinhos poderão ser vencidos; porém, se estiverem unidos uns com os outros e ligados pela força de Jesus, nada poderá vencê-los. Lembrem-se que a união é poder.

ARGUMENTAÇÃO

I. A REVELAÇÃO DA UNIDADE

1. A Unidade Revelada em Deus.

A antiga separação entre Judeus e Gentios sempre foi um problema para a igreja primitiva cristã. Os Judeus recém-conversos ao cristianismo ainda carregavam uma grande tradição religiosa. Possuíam um conhecimento aprofundado das escrituras e da crença em único Deus, como é apresentado no Shemá Judaico, que são as duas primeiras palavras da seção da Torá que constitui a profissão de fé central do monoteísmo (Deut 6:4-9). Por outro lado, os moradores da cidade de Éfeso eram politeístas, e essa forte cultura, ainda prejudicava os gentios que eram recém-conversos ao cristianismo, na compreensão adequada de quem é o Deus verdadeiro e como Ele se relaciona com os seus filhos. Essa aparente dicotomia de fé e prática religiosa entre as culturas judaicas e gentílicas, geraram constantes problemas doutrinários, agravando os relacionamentos e a unidade da fé. Paulo apresenta em Efésios 4, a solução para essa diversidade, que seria a unidade em torno de um único Deus.

Em deferência ao Deus Pai, Paulo relata que fomos criados, controlados, sustentados e preenchidos por Ele. É o alicerce de todas as unidades, por ser também a fonte originária de todos os seus motivos. Deus como pai é a força unificadora do seu povo, pois somos seus filhos e pertencemos à mesma família Divina.

Para Paulo, Deus é a fonte de tudo: “um só Deus, e pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Efé 4:6).

(1) Sobre Todos: Ele é soberano. A sua deidade é manifestada em toda a criação (Efé 3:15). Esse termo sugere a transcendência e onipotência de Deus. Ele é o governante soberano de tudo, cujo poder transcende a tudo. É o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

(2) Age por meio de todos: Muitos teólogos interpretam essa expressão, como sendo a manifestação da providência de Deus. Não seria errado dizer que Ele tem o controle de tudo, mediante os diversos instrumentos usados por seu poder.

(3) Está em Todos: Certamente, essa expressão denota a imanência de Deus. Ele habita em todos.

2. A Unidade Revelada em Cristo.

A palavra “Senhor” é conhecida no Novo Testamento como uma referência direta a pessoa de Cristo Jesus. Paulo está falando de Cristo quando menciona a existência de “um só senhor” (Efé 4:5). Quando os crentes aceitam “um senhor” em suas vidas, e mostram-se ativos em seu senhorio, é mister que se forme entre eles a unidade prática, no seio da igreja local. Do contrário, onde houver divisões, alguém não estará honrando a Cristo como “Cabeça” (Efé 4:15), mas antes estará honrando a si mesmos ou a outros homens, como se fosse senhor e a cabeça.

Se Cristo é cultuado e honrado como Senhor, nem ambição pessoal, nem espírito partidários, nem disputas acerca de questões secundárias quebrarão essa unidade.

Cristo e a igreja são um só corpo. Cristo é a cabeça e nós os membros. Alguns são o coração, o pulmão, braços, pernas, ouvido. Um é o polegar esquerdo outro é o minguinho, fígado, o rim e assim por diante. Cada um de nós forma uma parte do corpo de Cristo. Ele, sendo a cabeça é o que comanda, o que orienta, o que guia a igreja. No corpo alguns membros são muito necessários, mas aparecem pouco, outros são menos necessários e aparecem mais, para haver harmonia todos são importantes.

Na igreja é a mesma coisa: um tem o dom de pregar, de cantar, distribuir folhetos na rua, visitar os doentes. Um é administrador do campo, pastor distrital, medico, colportor, professor, e assim sucessivamente, mas todos são necessários para o cumprimento da missão deixada por Jesus. Então como estávamos falando Cristo não é apenas Cristo. Cristo no sentido que estamos focalizando é uma unidade. Cristo é a cabeça, e os membros formam o corpo de Cristo que é a igreja. Portanto a igreja de Deus é a cabeça e todos os seus membros.

O Filho promoveu a unidade na igreja, sendo a cabeça da igreja, o objeto de fé de todos os crentes, e Aquele em quem todos os crentes são identificados.

3. A Unidade Revelada no Espirito.

Lemos em Efésios 4:3 “Esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz”.

É interessante notar que as palavras “Esforçando diligentemente” formam apenas uma palavra no original grego, “spudazo”, que significa “apressar-se”, “ser intenso”. A forma verbal exclui a passividade, o quietismo, a atitude de ficar esperando. É como se Paulo estivesse dizendo: “A iniciativa é de vocês... façam isso agora... levem a sério... vocês precisam fazê-lo...”. É um apelo para que guardem, permaneçam, preservem constantemente essa unidade.

Sabemos que esse propósito não é fácil, tendo em vista que as pessoas estão separadas uma das outras por diversas razões. Ao formar a igreja, Deus eliminou a desavença entre Judeus e Gentios uma vez que em Cristo essa distinção foi abolida. Mas haveria a tendência de formar a igreja de Cristo Judaica e a Igreja de Cristo das Nações. Para evitar essa dicotomia, Paulo sugere que todos se esforçassem para preservar a unidade.

Em termos práticos é preciso fazer o nosso melhor. Se uma pessoa vocifera contra você, procure fazer o melhor para não contender com ela. Se outra lhe odeia, procure amá-la. Isso é buscar o vínculo da paz. A paz é um vínculo que permite que as pessoas vivam em harmonia. Essa disposição e esforço diligente unem os cristãos, enquanto que as desavenças desunem os corações.

Embora os crentes possuam dons diferentes (Efé 4:11), e isto, não deve ser motivo para separação e trabalho individualizado, considera-se uma grande oportunidade para que o corpo de Cristo esteja ajustado para o serviço. Isso só acontecerá  mediante o funcionamento de cada parte deste corpo através da atuação do Espírito Santo. Somente o Espírito com seu poder regenerador, uma vez enaltecido por Cristo a Nicodemos, pode eliminar qualquer divisão nas relações humanas.

Certamente a ausência do Espírito redundará na falta de Paz. A falta do vínculo da paz sugere a rejeição deste esforço diligente por essa busca tão necessária para o bom funcionamento da igreja como o corpo de Cristo.

O Espírito Santo promoveu a unidade na igreja formando um corpo, habitando na igreja e sendo a esperança para a harmonia da prática religiosa.

II. OS PRÉSTIMOS DA UNIDADE

1. A Unidade para Equipar o Ministério.


No Novo Testamento há três tratados sobre os dons espirituais: Romanos 12, I Coríntios 12 e Efésios 4. Em todas as passagens os dons aparecem como parte do corpo de Cristo.

Paulo relaciona em Efésios 4:12, duas razões pelas quais os dons são concedidos à igreja simbolizada pelo corpo de Cristo. A primeira é para equipar os crentes para o serviço.

O termo equipar vem da palavra grega “Katartimós” que não é mencionada em nenhum outro lugar do Novo Testamento. Significa consertar, assim como um pescador remenda uma rede que está rasgada. Semelhantemente, os dons têm como objetivo restaurar, unir os crentes que por algum motivo encontram-se separados.  Vivemos num mundo de diferenças. Há grandes e pequenas diferenças. Somos diferentes na maneira de falar, de vestir, de pensar e de sentir. Algumas de nossas diferenças são bastante evidentes, como a cor de nossa pele, a cor de nosso cabelo, a forma do rosto e nossa constituição física. A lista é infindável. Somente Cristo, a fonte de todas as ações que governa o corpo, como cabeça da igreja, pode nos unir.

Todavia a palavra tem o sentido de aperfeiçoar, o que está deficiente. Transmite assim a ideia de levar os santos a tornarem-se aptos para o desempenho de suas funções no corpo, sem deixar implícita uma restauração de um estado desordenado. O propósito é habilitá-los para o serviço. (Efé 4:12).

A mesma palavra também é usada para exemplificar a junção de um osso quebrado. Imagine alguém que tenha quebrado a perna e tenta caminhar, correr e saltar. Por mais que haja empenho, ela dificilmente sairá do lugar. Da mesma forma que um osso quebrado prejudica a mobilidade do corpo, se a igreja estiver divida, permanecerá estagnada. A analogia é simples: Se um corpo para ser saudável precisa estar em constante movimento a fim de exercitar-se, a igreja precisa permitir que o exercício da unidade da fé proporcione os meios necessários para o cumprimento do seu ministério.

Algumas traduções como a de João Ferreira de Almeida, Revista e corrigida, usa a palavra ministério, onde noutras traduções mais recentes, foi traduzida por serviço. A palavra ministério não é uma profissão especializada a homens com devidas especializações. O termo significa exclusivamente serviço, incluindo suas mais diversas formas. Todos os crentes devem fazer parte deste ministério. Os dons são dados para aperfeiçoar ou equipar todos os crentes a fim de poderem servir ao senhor, edificando desta forma o corpo de Cristo que é sua igreja.

2. A Unidade para Edificar o Corpo de Cristo.

A segunda razão mencionada em Efésios 4:12 pela qual os dons são concedidos à igreja, é a edificação do corpo de Cristo. O processo é simples: Primeiro os dons equipam os santos. Em seguida, os santos servem e por fim o corpo de Cristo é edificado. Mas nesse processo, é importante salientar que todos os dons concedidos à igreja, são designados para o bem coletivo e o seu crescimento. Todos os dons não só trabalham para o corpo ou por meio do corpo – eles trabalham para aumentar a unidade da igreja.

A unidade apresentada por Paulo não implica em uniformidade. A metáfora do funcionamento do corpo demonstra que a igreja experimenta a unidade na diversidade.  É como uma videira. Ela possui ramos diferentes, mas que estão ligados ao tronco principal. A semelhança de cada ramo ou folha, o cristão individual difere dos demais, mas ainda assim existe a unidade, uma vez que recebem nutrição a partir do mesmo tronco, a videira. Assim, a unidade cristã depende do mesmo enxerto dos membros a Cristo. Embora existam diferenças na igreja, todos trabalham sob a mesma cabeça. Embora existam muitos dons, o Espírito que os concede também é o mesmo. Ainda que os dons sejam diferentes, existe ação harmoniosa. O mesmo Deus opera tudo em todos (Efé 4: 6).

A igreja é edificada na fé quando os membros se preocupam com outras pessoas, aplicando os dons do serviço para o benefício do seu semelhante. Quando estende a mão a todos que estão ao seu redor, atrai pessoas diversas para o mesmo rebanho. Essa tarefa é uma grande responsabilidade. Isto envolve pregar, ensinar, curar, nutrir, administrar e muitas outras tarefas. Cumprir essa ordem sozinho seria impossível. Mas Deus nos chama como membros do seu corpo. Ninguém deve ser um mero espectador ou observador e sim um instrumento ativo nesse processo de edificação da igreja.

III. O CRESCIMENTO NA UNIDADE

1. A Unidade no Crescimento da Plenitude em Cristo.

Os dons espirituais não são concedidos apenas para equipar os fiéis no ministério eclesiástico, mas também leva-los a estatura da plenitude de Cristo. (Efé 4:13). Contudo, ir até Cristo e experimentar a unidade não são suficientes. Os cristãos devem crescer em Cristo.

O Senhor, que nos separou para sermos seus filhos, não nos quer imaturos e medíocres. O que Ele quer de nós é que todos nos envolvamos num desenvolvimento cristão, “até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo” (Efésios 4:13).

Tentar ser cristão mas não crescer na “fé e no conhecimento do Filho de Deus” é ir contrariamente aos desígnios do Senhor. Crente espiritualmente imaturo, que permanece imaturo, constitui uma negação dos planos divinos, para com o presente e para com o futuro.

Fomos salvos por Cristo com o objetivo de atingir a “plenitude de Cristo”. O novo céu e a nova terra não serão habitados por crentes medíocres, mas por filhos de Deus que, enquanto aqui na terra, vivem o processo espiritual da maturidade. E não uma maturidade qualquer, humanamente desenvolvida, mas uma maturidade na “medida” certa, na “medida da plenitude de Cristo”. Esta terra velha o Senhor transformou em nosso centro de treinamento. É aqui que devemos crescer. Porque o Senhor nos quer na “plenitude de Cristo”.

Quando a igreja está à altura da maturidade plena ela se aperfeiçoa em Cristo. À medida que cresce em direção a essa maturidade, fica mais próxima de sua meta em Cristo. Mas vale destacar que não existe crescimento na igreja separadamente do crescimento individual. O crescimento individual, redundará no crescimento coletivo.

Somente Cristo tem a estatura, no sentido de maturidade perfeita. Quando somos coparticipantes de sua natureza, o crescimento acontece e deixamos de ser meninos frágeis e imaturos, mas crescemos em tudo naquele que é o cabeça da igreja. O mais alto grau de maturidade, alcançaremos na grande transformação final. (I Cor 15).

2. A Unidade no Crescimento Doutrinário.

Certa vez, Jesus disse que somente aqueles que se tornassem como crianças poderiam entrar no reino dos céus. (Marcos 10:13-16).  Em Efésios 4:14, a mensagem não é contraditória a esta metáfora aplicada por Cristo. O apóstolo escreve: “para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro”. Na verdade, Deus quer que sejamos como as crianças, na pureza de coração, mas não infantis. Ele almeja um constante crescimento e para isso espera que deixemos "as coisas próprias de menino" (I Cor. 13:11) e alcancemos a maturidade da idade adulta, com a qual podemos fazer distinção entre as coisas espirituais e as mundanas, e comer alimento sólido em vez de leite (I Cor. 3:2).

Paulo sugere a necessidade do crescimento doutrinário, uma vez que os ensinos espúrios, solapavam a igreja em seus dias. Um exemplo dessas heresias, é o Gnosticismo que negava a humanidade, encarnação e redenção de Cristo na cruz do calvário e que a salvação era adquirida a partir do conhecimento e não através da fé.

Para mensurar os perigos dessa vã doutrina, Paulo lança mão de uma metáfora muito conhecida. Como um viajante de longas distâncias, comumente fazia uso de embarcações. Diante de uma forte tempestade, o barco poderia se partir quando jogado de um lado para o outro pelos fortes ventos e ondas do mar. Ele, que inúmera vezes sofrera a angústia de naufragar, sabia o significado desta perigosa experiência. Assim, ele compara as pessoas que são balançadas diante dos falsos ensinos que lhe são apresentadas.

A firmeza envolve estabilidade no que cremos, como separamos a verdade do erro e em não sermos enganados por aqueles que alegam ter a verdade. Exige forte fundamentação na Palavra de Deus, de forma que quando "a artimanha" "astúcia" e "indução ao erro" (Efé. 4:14) nos confrontarem, estejamos firmes no testemunho de Deus (Isa. 8:20).

A prevenção para o problema é encontrada no verso seguinte: Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. (Efé 4:15).

3. A Unidade no Crescimento em Amor.

Como mencionado anteriormente, no versículo 14, Paulo apresenta o perigo dos falsos ensinamentos contra o povo de Deus. Já no versículo seguinte ele usa a conjunção adversativa “mas” para expor um antídoto a este problema: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor”. (Efé 4:15-16)

O ambiente em que devemos viver, nos mover e existir é a verdade. Porém, a verdade deve ser inseparavelmente unida em amor: boas novas anunciadas asperamente deixam de ser boas novas e o encanto da mensagem é destruído pelo espírito da discórdia do mensageiro.

John Stott afirmou: “A verdade é dura quando não é suavizada pelo amor; o amor é inconstante se não é fortalecido pela verdade”.

Uma vez que não conhecemos nossas reais intenções, o perigo de comunicar o que somos poderá ser desastroso e pouco eficaz já que enganoso é coração mais que todas as coisas conforme (Jer 17:9). Não comunicamos o queremos e sim o que somos. Assim, a única solução  para esse problema, é permitir que Cristo viva em nós conforme sugestão do apostolo Paulo (Gal 2:20). A partir desta decisão a verdade assume guarida em nossa vida por que Cristo é a verdade.

Embora jamais sejamos a verdade, podemos possuí-la. Se Cristo estiver por detrás de cada palavra, gestou ou atitude, o testemunho será vivo e eficaz e seu amor nos constrangerá.

Será que esse princípio tão importante que une as pessoas é notável no seio da igreja? Tem a igreja pronunciado a verdade em amor a todas as pessoas, sejam elas crentes ou descrentes, cultos ou incultos, ricos ou pobres? Caso não seja essa a realidade , vale ressaltar que o amor mútuo entre os cristão é um grande aliado do crescimento espiritual; ao passo que “um reino dividido contra si mesmo não pode subsistir” (Mac 3:24).

Paulo ao mencionar a importância da unidade em amor, chega ao final dessa seção, no verso 16, reiterando esta ideia apresentada anteriormente no verso 1 onde afirma ser necessário suportarmos uns aos outros em amor (Efé 4:1).

Cumpre-nos observar esse processo de crescimento e nutrição que produz maturidade e unidade. Os dons espirituais são necessários, mas só são úteis quando usados em amor.

CONCLUSÃO

1. A prática da unidade cristã depende da compreensão correta de como Deus se relaciona com os seus filhos. Percebemos nesse estudo que toda a Divindade está envolvida diretamente na unidade da igreja. Deus pai é a fonte de tudo, agindo por meio de todos e estando em todos (Efé 4:6). O filho, promoveu a unidade na igreja, sendo a cabeça da igreja, o objeto de fé e identificação de todos os crentes. O Espírito Santo, promove a unidade na igreja formando um corpo, habitando na igreja, promovendo o vínculo da paz e sendo a esperança para a harmonia da prática religiosa.

2. Os dons são dados para equipar e edificar o corpo de Cristo. Somos partes diferentes do corpo de Cristo, mas todos são úteis para o funcionamento da igreja. Quando colocados em prática, e em harmonia, o corpo de Cristo representado por sua igreja é edificado. Primeiro os dons equipam os santos. Em seguida, os santos servem e por fim o corpo de Cristo é edificado.

3. Como cristãos, nossa tarefa é espalhar o evangelho a todas as nações. Para que essa tarefa seja mais efetiva, é preciso haver constante crescimento. Os cristãos deverão crescer em Cristo, na doutrina e também no amor.

4. Ilustração e Aplicação: Benjamin F. Reaves, ex-diretor do Oakwood College em Alabama, faz uma analogia interessante sobre a unidade. Ele disse: - Assentei-me no auditório escurecido observando o palco iluminado, aguardando o início de um concerto a ser executado pela orquestra da universidade de Alabama juntamente com os harpistas do Oakwood College. Os membros da orquestra estavam no palco, cada um sem conexão com o outro, tocando alguma frase musical em seu determinado instrumento. O som cortante do oboé, o som sombrio da trompa, o som alegre da flauta, as cordas, os instrumentos de percussão – tudo soava, mas sem qualquer senso de unidade. Então apareceu o maestro. Todos os olhares se fixaram nele. A música teve início quando a orquestra se concentrou na pessoa que deu sentido, direção e unidade aos seus esforços. Unidade no corpo de Cristo significa vibrar o instrumento da minha vida na grande orquestra dos chamados por Deus, sob a batuta do divino Maestro. No Seu ritmo, seguindo a partitura original da criação, temos o privilégio de apresentar à humanidade a sinfonia do amor de Deus.

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Ver HIPERLINK: http://www.iasdemfoco.net/mat/querosaber/abrejanela.asp?Id=171


PR. FÁBIO DOS SANTOS

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