Salmo 23 - O Senhor é meu Pastor, nada me faltará...

1. Uma fórmula para o pensamento. Um pastor recebeu a visita de um homem que admira muitíssimo. Ele começara a trabalhar em uma certa empresa, muitos anos atrás, exercendo uma função inferior, mas com muita vontade de vencer. Ele era dotado de muitas habilidades, e de uma grande energia, e fez bom uso disso. Hoje, esse homem é o presidente da companhia, e possui tudo que tal cargo representa. Entretanto, durante a caminhada que o levaria a esta posição, ele não obteve a felicidade pessoal. Tornou-se nervoso, tenso, preocupado, doentio. Um de seus médicos sugeriu-lhe que procurasse um pastor. O pastor e ele conversaram sobre os remédios que lhe haviam sido receitados e que ele tomara. Depois, o pastor pegou uma folha de papel e lhe deu a sua receita: ler o Salmo 23, cinco vezes por dia, durante uma semana. Disse que o tomasse exatamente como ele indicara. Primeiro, deveria lê-lo logo que acordasse de manhã, atentamente, meditando bem nas palavras, e em espírito de oração. Depois, ele

Só isso?


Faz alguns anos, o famoso roqueiro irlandês Bob Geldof apresentou o “Live Aid” – maior concerto de todos os tempos – com músicos e cantores do mundo inteiro.

Quando o concerto acabou, alguns jovens fãs, ao pé da plataforma, gritaram para os organizadores: “Só isso?” E Bob Geldof escreveu, como sentença final em seu livro: “É uma coisa que vivo perguntando a mim mesmo”. As palavras se tornaram o título do seu livro: “Só isso?”

Até a pessoa mais inteligente, desde os primórdios da civilização humana, tem-se feito a mesma pergunta acerca do propósito da nossa existência: ‘Só isso?’ A última oração de Aristóteles chegou até nós desde o século IV a.C.:

“Entrei no mundo por meios escusos,
Tenho vivido nele com ansiedade,
Deixo-o sentindo-me perturbado”.

Na era moderna, depois do grande triunfo da circunavegação do mundo em seu barco, Gipsy Moth IV, sir Francis Chichester descreveu seus sentimentos quando todas as comemorações acabaram: “Vi a mim mesmo como uma gota de água pingando sobre a areia da praia, levando a um beco sem saída. A vida em si pareceu-me fútil”.

O escritor Richard Bewes, que trouxe à tona o relato impressionante de Bob Geldof, faz a seguinte afirmação num de seus livros: “Vários de vocês, olhando para o vazio de suas próprias vidas, estão se fazendo a mesma pergunta: ‘Só isso? A vida neste mundo é só isso?’ Estou aqui para lhes trazer o anúncio sensacional de que há muito mais!”

Domingo passado, 16/08/09, preguei numa das sete igrejas do meu distrito pastoral sobre um dos temas que mais gosto de pregar: as Parábolas. Aqui neste site (www.iasdemfoco.net), temos, inclusive, uma série de artigos da colunista Graciela E. Rodrigues sobre esta temática. São lindos artigos e mensagens inspiradoras que nos alimentam espiritualmente!


A que abordei no domingo, por sinal uma das não trabalhadas por Graciela, é a parábola da “Pérola de Grande Preço”. No livro “Parábolas de Jesus”, a autora mostra que esta “Pérola” tanto se refere à Pessoa de Jesus como à Sua justiça: “A justiça de Cristo, como uma pérola branca e pura, não tem defeito nem mácula alguma. Nenhuma obra humana pode aperfeiçoar a grande e preciosa dádiva de Deus”.

Na Pessoa maravilhosa de Jesus, temos tudo o que precisamos para esta vida e para a vida futura – a eternidade. É por isso que Davi inicia o mais famoso dos Salmos afirmando: “O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará” (Salmo 23:1). Isso significa, como encontramos nas palavras de Paulo, que “o meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Filipenses 4:19).

Quando cairmos na real e descobrirmos a pequenez das coisas deste mundo face à grandeza do que Deus oferece de graça na pessoa de Jesus, agiremos como o homem da parábola: o negociante de pérolas; então, abriremos mão de tudo o que somos, ou pensamos ser, em função de tudo aquilo que Deus pode fazer por nós e em nós.

Um mais alto valor “se alevanta”

Rebuscando o texto da menor de todas as parábolas contadas por Jesus [Mateus 13:45-46] as seguintes características presentes no personagem ali descrito: Era um comerciante de pérolas; diz o texto que se tratava de alguém que “negocia e procura boas pérolas”.

Em outras palavras, ele acordava, passava o dia, comia, bebia e respirava na busca incansável pelas melhores pérolas. Ele não se contentava com pouca coisa. Ele não se satisfazia com as coisas comuns que estavam à sua volta! Ele fugia do vulgar e do lugar comum – mediocridade não fazia parte do seu vocabulário! Ele queria o melhor! Ele anelava o melhor! E ele buscava incansavelmente o melhor!

O mesmo acontece com aqueles que almejam e buscam a salvação na Pessoa de Jesus. Eles não se satisfazem com as migalhas e bijuterias que este mundo oferece. Eles não se contentam ou satisfazem mesmo com aquilo de “melhor”, bonito, agradável, sensual e atraente que o mundo oferece.

Comidas, prazeres, fama, poder, dinheiro, sexo, títulos acadêmicos, amizades mundanas – e tantas outras coisas, em si mesmas boas e positivas – para eles perdem o brilho e atração; não significam NADA, porque eles estão em busca da Pérola de Grande Preço!

Eles são como Moisés, de quem a Bíblia afirma: “Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão” (Hebreus 11:24-26).

O dicionário define galardão como “recompensa de serviços valiosos”, “prêmio”. Qual foi o galardão – recompensa ou prêmio – de Moisés? Você sabe? Abra sua Bíblia em Judas, verso 9 [só tem um capítulo e fica antes de Apocalipse, último livro da Bíblia] e, depois, em seguida, leia Mateus 17, versos 1 a 4.

Moisés está no Céu; para onde foi, trasladado, como lemos em Judas 9, logo após a sua ressurreição. E se ele tivesse escolhido as coisas deste mundo – as riquezas e glórias do Egito, ser o sucessor do Faraó (um “Faraózinho”) – qual teria sido o seu galardão, o seu prêmio? Com certeza, Moisés seria, hoje, mais uma daquelas múmias expostas nos museus mundo a fora.

Amigos, a própria pessoa que registrou estas palavras – falando de Moisés e dos outros grandes heróis da Fé – descreveu assim a sua experiência: “Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo [lixo], para ganhar a Cristo” (Filipenses 3:7-8).

Prestem bastante atenção nisto: Aqui está, na experiência de Paulo, o melhor exemplo do que significa comprar a Pérola de Grande Preço! Paulo abriu mão de tudo – exclusivamente tudo – em favor de Jesus: “por amor do qual perdi todas as coisas”, ele afirma.

Da mesma forma, nós, indignos pecadores, temos que abrir mão do estilo antigo de vida – roupas inadequadas a um cristão, alimentos imundos, leituras, filmes, novelas e programas de TV impróprios ao viver cristão e todas aquelas palavras, pensamentos e práticas contrários à sã doutrina – para que possamos tomar posse da salvação, adquirindo a Pérola de Grande Preço que é Jesus.

A Bíblia mesma nos diz isso nas seguintes palavras: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (II Coríntios 5:17).

Correndo atrás de vento

Para o escritor Érico Veríssimo, "Felicidade é a certeza de que nossa vida não está se passando inutilmente". Por isso, precisamos mudar os parâmetros ou referenciais de realização pessoal e de avaliação do sucesso; precisamos trocá-los pelos critérios de avaliação bíblicos.

E a Bíblia, com certeza, tem muito a nos dizer sobre o verdadeiro sucesso e a verdadeira realização pessoal que, por sua vez, constituem-se nos verdadeiros pilares da felicidade. Ela, a Bíblia, nos faz algumas perguntas sobre as quais vale a pensa refletir:

“Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz? Ouvi-Me atentamente, comei o que é bom e vos deleitareis com finos manjares” (Isaías 55:2).

“Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria um homem em troca de sua alma?” (Marcos 8:36-37).

Se existiu alguém neste mundo que experimentou de tudo o que o poder, dinheiro, fama e conhecimentos podem proporcionar é o rei Salomão. Salomão, buscou a satisfação e realização pessoal na sabedoria e no conhecimento (Eclesiastes 1:16-18) e viu que isso era “correr atrás do vento”, “na muita sabedoria há muito enfado” e “quem aumenta ciência aumenta tristeza”.

Procurou na bebida e nos prazeres da carne (Eclesiastes 2:3 e 8); buscou-a através da realização de grandes empreendimentos (Eclesiastes 2:4-6) que, hoje, sobrepujariam os projetos de uma Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Oldebrecht, OAS, Queiroz Galvão – fazendo a alegria de qualquer grande empreiteiro.

Teve mais dinheiro, propriedades e riquezas (Eclesiastes 2:7-9) que o mega-investidor americano Warren Buffet (o homem mais rico do mundo), o mexicano Carlos Slim (o segundo da lista), Bill Gates e todos os demais – somados – possuem hoje.

Fez tudo o que queria fazer – ou “dava na telha” – e procurou atender cada desejo ou capricho pessoal: “Tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o coração de alegria alguma, pois eu me alegrava com todas as minhas fadigas, e isso era a recompensa de todas elas” (Eclesiastes 2:10).

No entanto, nada disso trouxe verdadeira realização para Salomão! Nada disso lhe trouxe satisfação plena! “Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do Sol” (Eclesiastes 2:11).

Após experimentar de tudo, a Salomão restava sempre a pergunta: “Só isso?”

Permanente e supera todas expectativas

Como aconteceu com todos os demais grandes personagens da Bíblia, Salomão descobriu que o único bem supremo nesta vida, o único prazer que não tem fim está em fazer a vontade de Deus e em viver uma vida em sintonia com o Céu:

“Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer” (Eclesiastes 12:1).

“De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam más” (Eclesiastes 12:13-14).

Como a Bíblia afirma taxativamente: “Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (I João 2:17).

No final da História deste mundo, aqueles que, hoje, buscam fazer a vontade de Deus de todo o coração, ao contrário dos ímpios, irão se surpreender positivamente com a recompensa dos santos: Afinal, Deus assegura: “Pois eis que Eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que Eu crio...” (Isaías 65:17-18).


PR. ELIZEU LIRA

Pastor em Uberlândia. Atualmente faz pós-graduação em Ciência da Religião e prepara-se para iniciar o Mestrado em Educação.Editor Geral do Blog 7 com news e do site de Evangelismo IASDEMFOCO

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