Salmo 23 - O Senhor é meu Pastor, nada me faltará...

1. Uma fórmula para o pensamento. Um pastor recebeu a visita de um homem que admira muitíssimo. Ele começara a trabalhar em uma certa empresa, muitos anos atrás, exercendo uma função inferior, mas com muita vontade de vencer. Ele era dotado de muitas habilidades, e de uma grande energia, e fez bom uso disso. Hoje, esse homem é o presidente da companhia, e possui tudo que tal cargo representa. Entretanto, durante a caminhada que o levaria a esta posição, ele não obteve a felicidade pessoal. Tornou-se nervoso, tenso, preocupado, doentio. Um de seus médicos sugeriu-lhe que procurasse um pastor. O pastor e ele conversaram sobre os remédios que lhe haviam sido receitados e que ele tomara. Depois, o pastor pegou uma folha de papel e lhe deu a sua receita: ler o Salmo 23, cinco vezes por dia, durante uma semana. Disse que o tomasse exatamente como ele indicara. Primeiro, deveria lê-lo logo que acordasse de manhã, atentamente, meditando bem nas palavras, e em espírito de oração. Depois, ele

Deuteronómio 6:4-8

Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos’ Deuteronómio 6:4-8.

Esquematização e Desenvolvimento

1. ‘Ouve, Israel’

Esta é uma exortação ao ouvinte. Antes de Deus começar a proferir a mensagem, há um cha-mado à atenção, para que todo o Israel, se volte para escutar a Palavra que vem de Deus. Todas as outras vozes perdem importância ao som da voz do Senhor.

2. ‘O Senhor nosso Deus é o único Senhor’

O povo não iria escutar um deus qualquer, mas o seu Deus. Esta ideia ultrapassa o tempo e é inclusive profetizada em Isaías 25:9 como sendo a afirmação final de libertação do povo que espera a volta de Jesus: ‘e naquele dia se dirá: eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos e Ele nos salvará…’.

Em contraste com as nações circunvizinhas que eram politeístas, os hebreus criam num único Deus verdadeiro. Este ensinamento seria confirmado por Jesus, com as mesmas exatas palavras em Marcos 12:29. Anos mais tarde, Paulo deixa bem claro que este ensinamento é essencial para o cristianismo, em I Coríntios 8:6: ‘todavia, para nós, há um só Deus, o Pai, de quem é tudo, e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por Ele’.

3. ‘Amarás pois o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder’

O estilo de vida cristão exige que tudo aquilo que a pessoa é, em todas as suas dimensões (física, mental, espiritual), seja consagrado a Deus, conforme diz em I Tessalonicenses 5:26: ‘e o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis, para a vinda do nosso Senhor Jesus’.

Todas as faculdades do ser, postas em prática nos nossos pensamentos e ações, devem ser o reflexo da relação de amor com Deus.

Aquilo que Deus pede de nós é apenas o reconhecimento de Sua graça e misericórdia, através de uma manifestação de amor para com Ele, materializada não naquilo que dizemos ou fazemos, mas naquilo que somos.

4. ‘E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração’

Estas palavras não seriam um conselho, nem uma recomendação, mas sim uma direta ordem de Deus ao Seu povo. Algo para ser seguido estritamente, em perfeita obediência, sem desvios.

Deus quer que ouçamos e recebamos as Suas palavras no profundo do nosso ser. Não como um fugaz discurso que se ouve e logo passa, mas algo que permaneça, que dure no coração, isto é, no íntimo da nossa consciência que motiva à decisão.

Deus deseja que a Sua Palavra esteja, fique, permaneça, isto é, produza resultado, na vida do crente.

5. ‘E as intimarás a teus filhos’

Não apenas para hoje, mas para sempre, valeria a palavra proferida por Deus. Por isso se pede aqui uma repetição clara da mensagem que Deus quer passar através das gerações. A palavra de Deus não é algo de responsabilidade ligeira, mas fundamental na formação do caráter, em qualquer momento da história terrestre.

6. ‘E delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te’

Filipenses 4:8 diz ‘quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai’. Em Colossenses 3:2 está escrito: ‘pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra’.

Deus ordena ao povo que a cada instante, dê testemunho da palavra Eterna. A sequência falar/andar/deitar/levantar passa uma ideia de continuidade ininterrupta para toda a vida, como que querendo sugerir que todas as ações durante o dia, sejam dirigidas em função desta ordem de Deus.

Também as expressões ‘em tua casa’ e ‘andando pelo caminho’ indicam todos os lugares onde possamos estar: no lar ou fora dele, nos nossos afazeres. Em lugar algum o cristão é demitido das suas funções em dar testemunho do verdadeiro Deus.

7. ‘Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos.’

Era costume dos judeus, transportarem caixas ornamentadas contendo partes da Escritura, que eram presas à mão, pulsos ou mesmo à volta da cabeça com tiras de couro.

Em Mateus 23:5, Jesus criticou os escribas e fariseus por se ostentarem dessa forma, querendo evidenciar grande espiritualidade: ‘e fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largas filatérias e alargam as franjas dos seus vestidos’.

A Palavra de Deus, essa sim, deveria ser amarrada à mão e à fronte num sinal evidente da relação com o Deus Eterno, motivada pela vontade e decisão própria.

Em Êxodo 13:9, Deus prevê este tipo de sinal, no caso a propósito da libertação do Egipto: ‘e te será por sinal sobre a tua mão, e por lembrança entre os teus olhos’. Este mesmo texto continua ao explicar o objetivo deste símbolo: ‘para que a lei do Senhor esteja na tua boca: porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egipto’.

Da mesma forma, com a mão forte do amor de Deus, nós fomos tirados desde mundo de pecado pelo sacrifício de Jesus. E a forma de o sinalizarmos é evidenciarmos nas nossas vidas qual seja a perfeita e pura vontade de Deus revelada na Sua infalível Palavra.

FILIPE REIS
Nascido e educado na Igreja Adventista do Sétimo Dia e batizado em março de 1989, aos 13 anos. Vive em Vila Nova de Gaia, Portugal. Serviu vários anos como Diretor da Escola Sabatina e Ancião na Igreja de Pedroso, Portugal, entre outras funções. Em breve iniciará a formação em Teologia no Colégio Adventista de Sagunto (Espanha), para servir como Pastor. Editor do Blog O Tempo Final

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