Salmo 23 - O Senhor é meu Pastor, nada me faltará...

1. Uma fórmula para o pensamento. Um pastor recebeu a visita de um homem que admira muitíssimo. Ele começara a trabalhar em uma certa empresa, muitos anos atrás, exercendo uma função inferior, mas com muita vontade de vencer. Ele era dotado de muitas habilidades, e de uma grande energia, e fez bom uso disso. Hoje, esse homem é o presidente da companhia, e possui tudo que tal cargo representa. Entretanto, durante a caminhada que o levaria a esta posição, ele não obteve a felicidade pessoal. Tornou-se nervoso, tenso, preocupado, doentio. Um de seus médicos sugeriu-lhe que procurasse um pastor. O pastor e ele conversaram sobre os remédios que lhe haviam sido receitados e que ele tomara. Depois, o pastor pegou uma folha de papel e lhe deu a sua receita: ler o Salmo 23, cinco vezes por dia, durante uma semana. Disse que o tomasse exatamente como ele indicara. Primeiro, deveria lê-lo logo que acordasse de manhã, atentamente, meditando bem nas palavras, e em espírito de oração. Depois, ele

As vestes da mulher sentada numa besta (Apocalipse 17)

Apocalipse 17:1-6 apresenta a figura simbólica de uma mulher que aparece no deserto montada numa besta. Esta personagem é descrita com algum pormenor, desde o seu vestuário até à inscrição na sua testa, passando pelo objeto que segura na sua mão e as suas ações contra os santos de Deus.

Vamos atentar no aspeto particular da cor das suas roupas. E para isso, precisamos recuar centenas de anos no tempo.

Êxodo 24 conta um episódio no qual Moisés, Arão e mais alguns do povo subiram até ao Senhor, para confirmarem a aliança que haviam feito. A partir do verso 10 diz: ‘e viram o Deus de Israel. Debaixo dos Seus pés havia como que uma calçada de pedra de safira que se parecia com o céu na sua claridade’. Logo de seguida, Deus ordena a Moisés que suba ao monte, para um propósito específico (v. 12): ‘então disse o Senhor a Moisés: sobre a Mim ao monte e espera ali, e dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que escrevi, para os ensinares’.

Vamos procurar esclarecimento sobre esse lugar onde eles viram que Deus estava.

Ezequiel 1 abre com a solene declaração (v.1): ‘… abriram-se os céus e eu vi visões de Deus’. O profeta declara que está a ser espectador de um lugar sagrado, onde o próprio Deus habita. Após uma extensa descrição do que vê, no verso 26 Ezequiel relata a visão nos seguintes termos: ‘por cima do firmamento, que estava por cima das suas cabeças, havia uma semelhança de trono, como a aparência de uma safira; sobre a semelhança do trono havia como que a semelhança de um homem, no alto sobre ele’.

Mais à frente, em Ezequiel 10:1 esta visão é confirmada: ‘olhei, e vi no firmamento que estava por cima da cabeça dos querubins, aparecer sobre eles uma como pedra de safira, semelhante em forma a um trono’.

Em Ezequiel 10:4, o profeta diz: ‘então se levantou a glória do Senhor de sobre o querubim e foi para a entrada da casa. Encheu-se a casa de uma nuvem, e o átrio se encheu do resplendor da glória do Senhor’.

Quem é Aquele que habita acima dos querubins? Quem é Aquele que se assenta no trono dos céus? Se Ezequiel está a contemplar o céu e vê um trono, esse lugar não pode ser ocupado por alguém a não ser o próprio Deus, que enche o lugar da Sua presença com a Sua glória!

Começamos por perceber que o fundamento sob o qual assenta o lugar onde Deus estava era pavimentado a pedras de safira, o que é confirmado por Moisés reforçar que se assemelhava ao céu na sua claridade; Ezequiel também descreve esse lugar como sendo construído com safira. Logo, depreendemos que o lugar onde Deus está, o Seu eterno trono, tem aspecto azul, proveniente da pedra de safira que recobre o chão desse espaço.

Voltando a Êxodo, e ao momento em que Deus entrega a Moisés as tábuas da lei, os Dez Mandamentos, encontramos outras semelhanças curiosas entre este episódio e as visões de Ezequiel, que servem para atestar do paralelismo: quando Moisés sobe para se encontrar com Deus, uma nuvem cobriu o monte e a glória do Senhor repousou ali (Êxodo 24:15, 16); Ezequiel viu a glória do Senhor entrar na casa, que ficou coberta com uma nuvem (Ezequiel 10:4). Quando Moisés estava coberto pela nuvem, o monte era como fogo consumidor aos olhos do povo (Êxodo 24:17); Ezequiel faz um relato idêntico na sua visão (Ezequiel 1:4, 27).

Podemos assumir sem reservas que em ambas as situações está representado o Deus Criador Todo-poderoso desde o Seu trono como Rei do universo. 

Vamos recuperar o texto de Êxodo 24:12, que refere: ‘então disse o Senhor a Moisés: sobe a Mim ao monte e espera ali, e dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que escrevi, para os ensinares’.

Deus disse isto antes de Moisés subir a encontrar-se com Ele no monte, e também antes de o Senhor ter descido sobre o monte (ambos os eventos só acontecem nos verso 13 e 16, respetivamente). Mas reparemos que Deus disse ‘dar-te-ei as tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que escrevi’ – forma verbal do verbo escrever, no passado!

Uma melhor tradução do hebraico, em vez de ‘tábuas de pedra’ deveria dizer ‘tábuas da pedra’, definindo claramente qual a origem específica da pedra, que não era uma pedra qualquer, senão aquela única pedra de safira mencionada anteriormente no texto (Êxodo 24:10) e que forma a base do trono de Deus.

Êxodo 32:16 diz ‘aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas’; reparemos que o texto refere claramente que as tábuas (e não apenas a escrita nelas) eram obra de Deus!

Quando Deus deu a ordem para Moisés subir, Ele já tinha escrito os Dez Mandamentos nas tábuas de pedra. Então, essa pedra não pode ser um rochedo qualquer do Monte Sinai, mas sim um pedra proveniente do próprio trono de Deus, onde Moisés tinha destacado o aspecto de safira, semelhante ao céu claro, em azul!

Mais uma vez, vamos procurar a Sagrada Escritura em busca de fundamentação.

Mais à frente, em Números 15:38-40, Deus ordena a Moisés: ‘fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: que nas bordas das suas vestes façam franjas pelas suas gerações; e nas franjas das bordas ponham um cordão de azul. E as franjas vos serão para que, vendo-as, vos lembreis de todos os mandamentos do Senhor, e os cumprais; e não seguireis o vosso coração, nem após os vossos olhos, pelos quais andais vos prostituindo. Para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e os cumprais, e santos sejais a vosso Deus.’

Franjas azuis – da cor das tábuas da lei – para que o povo se lembre de todos os mandamentos do Senhor, e para que não seguisse o caminho da prostituição (espiritual)!

Agora sim, estamos prontos a voltar à mulher de Apocalipse 17, que é descrita como uma… prostituta! 

Quais são as cores que esta mulher apresenta no seus vestidos? Apocalipse 17:4 responde: púrpura, escarlate e dourada ('adornada a ouro').

Vamos comparar com as cores com as quais ordenou Deus que fossem feitos os vestidos dos sacerdotes que oficiavam no santuário. Êxodo 28:5 diz: ‘tomarão ouro, estofo azul, púrpura, carmesim (n.d.r.: ou escarlate)…’. As mesmas quatro cores são mencionadas nos versos 8 e 33 do mesmo capítulo.

Ou seja, há três cores semelhantes nos vestidos destas duas figuras (púrpura, escarlate e dourado), mas há uma que falta à mulher: o azul! E porquê? Porque ela se esqueceu, ela pisou, ela renunciou e quis destruir (Daniel 7:25) os Mandamentos de Deus, a lei que o Criador deu ao homem, nessas tábuas azuis de pedra de safira!

Deus disse que a franja azul deveria lembrar todos os mandamentos do Senhor, para que o povo não se prostituísse (isto é, não se afastasse da lei de Deus); naturalmente, a mulher montada na besta em Apocalipse 17 não poderia ter algum tom azul nas suas vestes…

Os Dez Mandamentos são um fator identificativo do fiel povo de Deus nos últimos tempos: ‘Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus’ (Apocalipse 14:12).

Não admira que essa mulher adúltera não se queira vestir com a cor da pedra de safira que retirada do próprio trono de Deus é a Sua lei imutável e indestrutível!


FILIPE REIS
Nascido e educado na Igreja Adventista do Sétimo Dia e batizado em Março de 1989, aos 13 anos. Vive em Vila Nova de Gaia, Portugal. Serviu vários anos como Diretor da Escola Sabatina e Ancião na Igreja de Pedroso, Portugal, entre outras funções. Em breve iniciará a formação em Teologia no Colégio Adventista de Sagunto (Espanha), para servir como Pastor. Editor do Blog O Tempo Final. Casado com Sofia, aguardam para breve o primeiro bebé, que se chamará Caleb.

Comentários

  1. Quando comecei a ler, fiquei a me perguntar qual seria o paralelo, depois que entendi o significado das cores relacionado a pedra da lei...ficou claro como a mais limpida água.


    Excelente este estudo, ajudou a reafirmar a vontade de Deus para a minha vida. Que sejas um pastor iluminado!

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  2. EU falei a um anciao da minha igreja sobre esse assunto, sabe oq ele me respondeu cuidado com o q vc v nesse blg.Por foi moisés q levou as tabuas para o a montanha, eq esse assunto nao tem nenhum valor espiritual para ele ele eu fiquei muito triste com isso por q e um dirigente de nossa igreja, ore por ele pasto

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  3. no comentário bíblico adventista, comentando sobre Deut. 10:1, diz que Deus fez as primeiras Tábuas e as segundas Moisés lavrou. Interessante esta aplicação.

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  4. fala para este ancião ler Êxodo 32:16 que ele verá que as primeiras tábuas foram feitas por Deus e as segundas feitas por
    Moisés. Se este ancião visitasse este blog teria mais conhecimento Bíblico.

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