SALMO 1 - A PRIMAZIA DA PALAVRA

1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. 2  Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. 3  Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido. 4 Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa. 5  Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. 6  Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá. Este poema é uma introdução de encaixe ao livro de 150 salmos. Revela o padrão básico da sabedoria e adoração de Israel. A vida é vista não nos momentos isolados do presente, mas na perspectiva da eternidade, na visão de Deus. O autor conecta vida humana intimamente com a vontade e o coração de Deus. O salmo lança um apelo desafiador a Israel – e a to

O melhor do Brasil

Até pouco tempo atrás, veiculava na mídia eletrônica um jingle segundo o qual “o melhor do Brasil é o brasileiro”. Propagandas governamentais têm, entre outros, o objetivo de esconder situações ou fatos constrangedores protagonizados pelo governo e todo brasileiro pensante sabe que “nunca neste país” houve tantos como agora. Porém, a musiquinha contém uma verdade: o brasileiro é mesmo fantástico! Que isso é indiscutível provam sua paciência e resignação diante dos desmandos políticos, sua resistência às intempéries, a iniciativa isolada para resolver problemas de responsabilidade pública, seu otimismo e capacidade para esperar sempre o melhor, entre outras demonstrações.

Ultimamente, a grandeza do brasileiro foi escancarada na explosão de solidariedade às vítimas da catástrofe que abateu o estado de Santa Catarina. Particularmente, comoveram-me dois cenários: Primeiro, o da própria catástrofe e da reação das vítimas. Quem pôde ficar insensível diante da mãe que chorava a morte do filho e tentava explicar, mas não conseguia (e confessava isso), a intensidade da sua dor? Quem não se comoveu ao ver a menininha loira tiritando de frio, encharcada, dizendo não ter outra roupa nem calçado (além da sandália havaiana) para trocar? Ou a moreninha com a fala entrecortada pela emoção, tentando segurar o choro, informando que nada tinha comido nem tinha mais para onde ir? Quem pôde ficar indiferente aos chefes de família, pequenos ou médios empresários olhando para o nada, falando pausadamente, emocionados, chorosos, perplexos, tendo perdido tudo e sem saber por onde recomeçar? Só de relembrar o horror, este “escrevinhador”, nascido na Bahia, já está de novo com a garganta obstruída por um nó.

Outro comovente cenário foi o da solidariedade do brasileiro. De norte a sul do país, de regiões abastadas ou não, independentemente de colorido religioso, o empenho em ajudar é indescritivelmente maravilhoso! Evidentemente, os políticos também se engajaram embora nas próximas eleições devam cobrar a fatura; mas a solidariedade de quem nada tem a receber em troca conta mais. Esse é o brasileiro comum que ainda nos faz manter a esperança no futuro do país.

Neste momento, a teoria filosófica, política, sociológica ou religiosa não é bastante. Nesse caso, segundo a Bíblia, é indispensável que a superficialidade dos discursos e mesmo dos rituais religiosos seja suplantada pela prática: “Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vives o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?” (Is 58: 6, 7).

É tempo de colocar em prática o maior dos dons celestiais: o amor. Não recolhamos nossa mão ajudadora; aliás, o tamanho do estrago nos avisa que devemos mantê-la estendida por muito tempo. Em tempo: Que tal se também sempre nos lembrássemos dos nossos irmãos nordestinos, submetidos ao infindável rigor da seca? Afinal, o melhor que o Brasil tem e precisa ser preservado é o brasileiro, de todas as regiões.


PR ZINALDO A. SANTOS

Jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) e com mestrado em Teologia pelo UNASP, atua na Casa Publicadora Brasileira como Editor da revista Ministério e editor associado da Vida e Saúde.

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