Salmo 23 - O Senhor é meu Pastor, nada me faltará...

1. Uma fórmula para o pensamento. Um pastor recebeu a visita de um homem que admira muitíssimo. Ele começara a trabalhar em uma certa empresa, muitos anos atrás, exercendo uma função inferior, mas com muita vontade de vencer. Ele era dotado de muitas habilidades, e de uma grande energia, e fez bom uso disso. Hoje, esse homem é o presidente da companhia, e possui tudo que tal cargo representa. Entretanto, durante a caminhada que o levaria a esta posição, ele não obteve a felicidade pessoal. Tornou-se nervoso, tenso, preocupado, doentio. Um de seus médicos sugeriu-lhe que procurasse um pastor. O pastor e ele conversaram sobre os remédios que lhe haviam sido receitados e que ele tomara. Depois, o pastor pegou uma folha de papel e lhe deu a sua receita: ler o Salmo 23, cinco vezes por dia, durante uma semana. Disse que o tomasse exatamente como ele indicara. Primeiro, deveria lê-lo logo que acordasse de manhã, atentamente, meditando bem nas palavras, e em espírito de oração. Depois, ele

O melhor do Brasil

Até pouco tempo atrás, veiculava na mídia eletrônica um jingle segundo o qual “o melhor do Brasil é o brasileiro”. Propagandas governamentais têm, entre outros, o objetivo de esconder situações ou fatos constrangedores protagonizados pelo governo e todo brasileiro pensante sabe que “nunca neste país” houve tantos como agora. Porém, a musiquinha contém uma verdade: o brasileiro é mesmo fantástico! Que isso é indiscutível provam sua paciência e resignação diante dos desmandos políticos, sua resistência às intempéries, a iniciativa isolada para resolver problemas de responsabilidade pública, seu otimismo e capacidade para esperar sempre o melhor, entre outras demonstrações.

Ultimamente, a grandeza do brasileiro foi escancarada na explosão de solidariedade às vítimas da catástrofe que abateu o estado de Santa Catarina. Particularmente, comoveram-me dois cenários: Primeiro, o da própria catástrofe e da reação das vítimas. Quem pôde ficar insensível diante da mãe que chorava a morte do filho e tentava explicar, mas não conseguia (e confessava isso), a intensidade da sua dor? Quem não se comoveu ao ver a menininha loira tiritando de frio, encharcada, dizendo não ter outra roupa nem calçado (além da sandália havaiana) para trocar? Ou a moreninha com a fala entrecortada pela emoção, tentando segurar o choro, informando que nada tinha comido nem tinha mais para onde ir? Quem pôde ficar indiferente aos chefes de família, pequenos ou médios empresários olhando para o nada, falando pausadamente, emocionados, chorosos, perplexos, tendo perdido tudo e sem saber por onde recomeçar? Só de relembrar o horror, este “escrevinhador”, nascido na Bahia, já está de novo com a garganta obstruída por um nó.

Outro comovente cenário foi o da solidariedade do brasileiro. De norte a sul do país, de regiões abastadas ou não, independentemente de colorido religioso, o empenho em ajudar é indescritivelmente maravilhoso! Evidentemente, os políticos também se engajaram embora nas próximas eleições devam cobrar a fatura; mas a solidariedade de quem nada tem a receber em troca conta mais. Esse é o brasileiro comum que ainda nos faz manter a esperança no futuro do país.

Neste momento, a teoria filosófica, política, sociológica ou religiosa não é bastante. Nesse caso, segundo a Bíblia, é indispensável que a superficialidade dos discursos e mesmo dos rituais religiosos seja suplantada pela prática: “Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vives o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?” (Is 58: 6, 7).

É tempo de colocar em prática o maior dos dons celestiais: o amor. Não recolhamos nossa mão ajudadora; aliás, o tamanho do estrago nos avisa que devemos mantê-la estendida por muito tempo. Em tempo: Que tal se também sempre nos lembrássemos dos nossos irmãos nordestinos, submetidos ao infindável rigor da seca? Afinal, o melhor que o Brasil tem e precisa ser preservado é o brasileiro, de todas as regiões.


PR ZINALDO A. SANTOS

Jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) e com mestrado em Teologia pelo UNASP, atua na Casa Publicadora Brasileira como Editor da revista Ministério e editor associado da Vida e Saúde.

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