Salmo 23 - O Senhor é meu Pastor, nada me faltará...

1. Uma fórmula para o pensamento. Um pastor recebeu a visita de um homem que admira muitíssimo. Ele começara a trabalhar em uma certa empresa, muitos anos atrás, exercendo uma função inferior, mas com muita vontade de vencer. Ele era dotado de muitas habilidades, e de uma grande energia, e fez bom uso disso. Hoje, esse homem é o presidente da companhia, e possui tudo que tal cargo representa. Entretanto, durante a caminhada que o levaria a esta posição, ele não obteve a felicidade pessoal. Tornou-se nervoso, tenso, preocupado, doentio. Um de seus médicos sugeriu-lhe que procurasse um pastor. O pastor e ele conversaram sobre os remédios que lhe haviam sido receitados e que ele tomara. Depois, o pastor pegou uma folha de papel e lhe deu a sua receita: ler o Salmo 23, cinco vezes por dia, durante uma semana. Disse que o tomasse exatamente como ele indicara. Primeiro, deveria lê-lo logo que acordasse de manhã, atentamente, meditando bem nas palavras, e em espírito de oração. Depois, ele

Yorgan Tepe e os costumes dos Patriarcas Bíblicos

O nome Nuzi é uma forma variante do nome Nuzu, e muito empregada pelos especialistas, pelos quais consideram mais correto. Embora utilizam-se os dois nomes. “Devemos Ter em conta que Nuzu é o caso do sujeito Nominativo e Nuzi o indireto genitivo, pelo qual parece mais aceitável empregar a primeira grafia.

Hoje a cidade de Nuzi, é conhecida como Yorgan Tepe, e situa-se na Mesopotâmia. É o antigo centro Hurrita, situado a treze quilômetros ao sudoeste de Kerruk na alta Mesopotâmia. É um montículo situado a duzentos e quarenta e um quilômetros aéreos ao norte de Bagoa.

Hoje conhecemos a língua, a religião, os rituais, graças aos textos encontrados em Nuzi, sobretudo os costumes sociais e Jurídicos. A eles deve-se o impetuoso retomar da vida urbana, a arquitetura mais evoluída, o amplo uso do metal, as novas formas de cerâmica, postas a descoberto pela arqueologia em todo o oriente médio.

A cidade era povoada pelos Hurrianos, os desde longos tempos desaparecidos Horreus, e os Jebuseus do Antigo Testamento. Os Hurritas eram rudes montanheses que desciam dos montes Cáucaso, atraídos pelas férteis planícies Mesopotâmicas e, talvez, já impelidos por povos Arianos, provenientes do Oriente. É um dos grandes méritos da arqueologia moderna o Ter-nos feito conhecer esses invasores, que de 1700 a 1400 A. C, parecem ser a força principal da Ásia Ocidental e os principais intermediários entre a cultura Sumérico-Acádica da Mesopotâmia e do ocidente.

Os patriarcas provinham desta região do país, e tinham vivido em harã que era predominantemente Hurrita e Horréia. Eles se mantiveram em contato com esse lugar durante muitas gerações subseqüentes, e devido à falta de leis e costumes próprios por que não se havia escrito o Antigo testamento, identificam-se muitas vezes com as leis desta região.

A arqueologia do Antigo Oriente, aliás, encarregou-se de confirmar a historicidade substancial das tradições patriarcais. Embora não nos tenha fornecido nenhuma informação direta sobre as vicissitudes dos patriarcas, demonstrou-se, porém, que elas não só se enquadram perfeitamente na história oriental do segundo Milênio, como concordam com os hábitos Sociais e Jurídicos do tempo.

A atenção dos estudiosos dirigiu-se, sobretudo a 4000 tabuas cunciformes, procedentes dos grandes arquivos familiares, escritas em língua acádica, com profundos influxos hurríticos. Com elas pode-se reconstruir o ambiente social e familiar daquela população que viveu em 1400 A. C, singularmente afim ao dos patriarcas Hebraicos; daqui sua extrema importância a ser analisada.

Muito mais notáveis e interessantes são os elementos sedentários que os patriarcas hebraicos mutuaram das populações paradas com que entraram em contato na alta Mesopotâmia são nos conhecidas não pela Bíblia, mas pela exploração arqueológica. Aquela em vez nos dá conhecer o povo de Canaã: Habitantes de Siquém, incircusos e por isso não Cananeus (Gen 34:14), denominados Heveus (Gen 34:2) pelo texto Massorético e Hurritas pela versão grega dos Setenta; vem em seguida os habitantes de Hebron e dos arredores chamados Hititas.

Alguns costumes encontrados na antiga cidade de Nuzi pode ser comparado com costumes bíblicos. Entre eles, cinco serão destacados:

(1) O intercâmbio de propriedade, onde todas as transações tinham a ver com a transferência de propriedade, eram anotadas testemunhas, seladas, e proclamadas na porta da cidade (Gen 23:10-18.

(2) Os contratos matrimoniais, onde incluíam uma declaração de que se podia presentear a recém-casada com uma criada como foi o caso de Lia e Raquel (Gen 29:24,29). O contrato continha um dispositivo que obrigava a uma empregada sem filhos proporcionar a seu esposo uma criada que pudesse Ter filhos como Sara deu Agar a Abraão (Gen 16:3), e Raquel deu Bila a Jacó (Gen 30: 3-6).

(3) A adoção era praticada em Nuzi quando um casal sem filhos adotava um filho para que este cuidasse deles enquanto vivessem, os sepultassem quando morresse e fosse herdeiro de seu patrimônio. Especificavam, porém que se chegasse a Ter filho legítimo, o filho adotivo perderia seus direitos de herdeiro. Isto parece explicar a adoção de Eliezer como herdeiro por parte de Abraão, antes do nascimento de Isaque, e a mudança subseqüente quando o senhor prometeu que lhe nasceria um filho legítimo e este seria seu herdeiro (Gen 15:2-4).

(4) O direito de primogenitura é apresentado em Nuzi como fora de regra também, assim como Jacó recebeu as bênçãos de seu irmão Esaú.

(5) Herança. Em Nuzi existia uma lei no sentido de que a propriedade e a liderança da família podia ser passada ao esposo de uma filha, sempre e quando o pai tivesse entregue seus ídolos familiares ao genro. Assim quando Labão alcançou Jacó e buscou euforicamente em seu acampamento os ídolos familiares, não pode encontrar por que Raquel havia tomado os ídolos do lar, e os tinha escondido e assentado sobre ele (Gen 31:30-35).

Escavações

As escavações americanas foram feitas de 1925 a 1931, dirigidas por E. Chiera, E. A. Speiser, R. H. Pfeiffer, R. S. Starr, revelaram doze estratos, que vão da idade calcolítica (4500 A. C) até bronze recente (1500 ?1200 A. C). Um palácio só parcialmente escavado é constituído por um grande pátio central, em torno do qual encontra-se salas de visita, quartos privados, ofícios, armazéns; um templo inicialmente formado por uma cela mostra sete reconstruções.

Do palácio e das quintas privadas, ou casa de gente endinheirada, a equipe de arqueológicos recuperou 20.000 tapuias de argila, que haviam sido escritas por escribas hurrianos na língua cuneiforme babilônica, mas com o emprego ocasional de palavras nativas dos Horreus e dos Hurritas. As tabuinhas consistem de contas comerciais, contratos, informes e sentenças judiciais que revelam o estilo de vida das principais famílias durante quatro ou cinco gerações. É extraordinária a forma como os paralelos entre as narrações patriarcais de Gênesis e os costumes e as condições sociais destes povos sustentam precisão histórica da Bíblia.

Vestígios

Foram encontrados alguns vestígios em Nuzi, que comprovam por meio das descrições, conceitos usados pelos patriarcas.

Vamos analisar primeiro o caso da adoção. Em Nuzi deu-se a mesma possibilidade de que a mulher estéril tivesse filhos da própria escrava: naturalmente com a conseqüência de não estar mais autorizada a expulsá-los de casa. Uma tabuinha expressa-se da seguinte maneira: “Kelim-Ninu foi dada em esposa a Serima. Se Kelim-Ninu lhe der a luz filhos, Serima não tomará outra mulher da região de Lulu, para a esposa de Serima, e Kelim-Ninu não poderá exortar a que chegou”

Dentro desses contratos matrimoniais, incluíam uma declaração que podia-se entregar uma criada para facilitar a vida da casada. É o caso de Lia e Raquel encontrada em Gênesis 29:24. O contrato dizia que obrigava uma esposa sem filhos proporcionar a seu marido uma criada que pudesse gerar um filho, como o exemplo de Sara proporcionado Agar para Abraão (Gen 30:3-6).
“Às vezes nascia ao casal um filho legítimo depois que tiveram adotado um menino. Os costumes de Nuzi antecipavam esta eventualidade ao determinar que um filho adotivo seria subordinado ao filho legítimo em tais circunstâncias. Podemos ver um caso semelhante: Ismael nasce e quita a Eliezer de sua posição de principal herdeiro, e mais tarde o nascimento de Isaque à esposa de Abraão lhe dava a prioridade sobre Ismael, o filho da escrava.

Há um vestígio importantíssimo, explicando tal citação: “Se me nascer um filho, ele será o primogênito e receberá duas porções. Mas se a mulher de Akabshenni der a luz a dez filhos, então todos serão os herdeiros) maiores, Shelluni torna-se herdeiros secundários) Hss v7.”

Outro exemplo da importância das descobertas em Nuzi é os relatos antes da morte. Podemos destacar a expressão ouvida dos lábios do velho Isaque: “Estou velho e não sei quando vou morrer (Gen 27:2)”, era em Nuzi uma forma técnica, que acompanhava uma solene declaração e possuía determinadas finalidades socil-jurídicas; ela exprimia a última vontade de um homem antes de sua morte. “As decisões do pai no leito da morte tinham em Nuzi importância especial Certo Tarmiya apresenta-se aos Juizes e diz: “Meu pai tomou meu caso, os filhos mais velhos casaram, tu, ao invés, não. Por isso dou-te por esposa Sululi-Ishtar” (AASOR, XVI, 56)”

Nuzi apresenta outros vestígios, porém os de mais relevância para esclarecimentos Bíblicos foram já citados.

Esta pesquisa não é um apoio aos atos socio-jurídicos cometidos pelos patriarcas bíblicos, mas sim uma comprovação histórica pela arqueologia que eles existiram.


PR. FÁBIO DOS SANTOS

Comentários

  1. Seria IMPORTANTISSIMO e significativo apresentar as FONTES que corroboram esses fatos.
    (Roque Aldo).

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  2. Olá Ronaldo!
    Segue abaixo as fontes solicitadas.
    Peço desculpas por esquecer de publicá-las no artigo.

    Dizz, Ep. P. Alejandro Macho e Batina R. P. Sebastian. Enciclopédia de la Bíblia. Garniga Impressores S. A. Mallorga, 518 Barcelona. p 563

    Thompson, D. D. Frank Charles. Bíblia de Referência Thompson. São Paulo: Editora Vida, p 1555

    Rola, Armando. A Bíblia e as Últimas Descobertas. São Paulo: Edições Paulinas, p 100, 106

    Pfeiffer, F. Charles,. Dicionário Bíblico Arqueológico. São Paulo: Editora Mundo Hispano, 1982, p 496

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