SALMO 1 - A PRIMAZIA DA PALAVRA

1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. 2  Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. 3  Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido. 4 Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa. 5  Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. 6  Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá. Este poema é uma introdução de encaixe ao livro de 150 salmos. Revela o padrão básico da sabedoria e adoração de Israel. A vida é vista não nos momentos isolados do presente, mas na perspectiva da eternidade, na visão de Deus. O autor conecta vida humana intimamente com a vontade e o coração de Deus. O salmo lança um apelo desafiador a Israel – e a to

Licões da Natureza




Em todas as coisas criadas vêem-se os sinais da Divindade. A natureza testifica de Deus. A mente sensível, levada em contato com o milagre e mistério do Universo, não poderá deixar de reconhecer a operação do poder infinito.

Nossos filhos necessitam aprender essas lições. Para a criancinha, ainda incapaz de aprender pela página impressa, ou tomar parte nos trabalhos de uma sala de aulas, a natureza apresenta uma fonte infalível de instrução e deleite.

E para os mais velhos, que necessitam continuamente desta silenciosa lembrança das coisas espirituais e eternas, as lições tiradas da natureza não serão uma fonte inferior de prazer e instrução. Como os moradores do Éden aprendiam nas páginas da natureza, como Moisés discernia os traços da escrita de Deus nas planícies e montanhas da Arábia, e o menino Jesus nas colinas de Nazaré, assim poderão os filhos de hoje aprender acerca dEle. O invisível acha-se ilustrado pelo visível.

Dentre as lições quase inumeráveis ensinadas pelos vários processos do crescimento, algumas das mais preciosas são apresentadas na parábola do Salvador, sobre a semente. Contém lições para adultos e jovens.

O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra, e dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como. Porque a terra por si mesma frutifica; primeiro, a erva, depois, a espiga, por último, o grão cheio na espiga.Mar. 4:26-28.

SOMENTE DEUS TEM PODER PARA GERMINAR




A semente tem em si mesma um princípio germinativo, princípio este que o próprio Deus implantou; entretanto, abandonada a si mesma, ela não teria poder para germinar. O homem tem sua parte a desempenhar no produzir o crescimento da semente; mas há um ponto além do qual ele nada pode fazer. Deve confiar em Alguém que uniu a sementeira e a ceifa por laços maravilhosos de Seu poder onipotente.

Há vida na semente, há poder no solo; mas, a menos que o poder infinito se exerça dia e noite, a semente nada nos devolverá.

A vida que o Criador implantou, somente Ele a pode despertar. Cada semente brota, cada planta se desenvolve pelo poder de Deus.



LIÇÕES ESPIRITUAIS DA SEMENTE

1) A semente é a Palavra de Deus.

Luc. 8:11 (a semente é a palavra de Deus)
Como a terra produz os seus renovos, e como o horto faz brotar o que nele se semeia, assim o Senhor Jeová fará brotar a justiça e o louvor. Isa. 61:11.
Semelhantemente às coisas naturais, dá-se com a semeadura das coisas espirituais; provém de Deus o poder que, só, é capaz de produzir a vida.

2) Trabalho de fé é o do semeador.

O mistério da germinação e crescimento da semente ele não pode compreender; mas tem confiança nos poderes pelos quais Deus faz com que a vegetação floresça. Lança a semente, esperando recuperá-la multiplicadamente em uma abundante colheita.

Assim devem os pais e professores trabalhar, na expectativa de uma ceifa da semente que semeiam.

Durante algum tempo a boa semente pode permanecer sem ser notada no coração, não oferecendo evidência alguma de que haja criado raízes; mas depois, sendo o pecador encorajado pelo Espírito de Deus, a semente oculta brota, e finalmente produz fruto.

No trabalho de nossa vida não sabemos o que prosperará, se isto ou aquilo. Não nos toca a nós decidir essa questão.

Pela manhã, semeia a tua semente e, à tarde, não retires a tua mão. Ecl. 11:6.

O grande concerto de Deus declara que:

...enquanto a terra durar, sementeira e sega, ... não cessarão. Gên. 8:22.

Na confiança dessa promessa o agricultor lavra e semeia. Não menos confiantemente devemos nós, na semeadura espiritual, trabalhar esperando em Sua afirmação:

Assim será a palavra que sair da Minha boca; ela não voltará para Mim vazia; antes, fará o que Me apraz e prosperará naquilo para que a enviei. Isa. 55:11.
Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos.Sal. 126:6.

3) A germinação da semente representa o começo da vida espiritual

4) O desenvolvimento da planta é uma figura do desenvolvimento do caráter.

Não pode haver vida sem crescimento. A planta ou deve crescer ou morrer. Assim como o seu crescimento é silencioso e imperceptível, mas contínuo, assim é o crescimento do caráter. Nossa vida pode ser perfeita em cada estágio de seu desenvolvimento; contudo, se o propósito de Deus para conosco se cumpre, haverá constante progresso.

A planta cresce, recebendo aquilo que Deus proveu para o sustento de sua vida. Da mesma forma o crescimento espiritual é alcançado pela cooperação do poder divino.

5) Assim como a planta cria raízes no solo, devemos nós criar raízes em Cristo. Assim como a planta recebe a luz solar, o orvalho e a chuva, devemos nós receber o Espírito Santo.

Se nosso coração permanecer em Cristo, Ele virá para nós:

...como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra. Oséias. 6:3.
Como o Sol da Justiça, Ele surgirá sobre nós com salvação debaixo das Suas asas. Mal. 4:2.
Cresceremos como o lírio. Seremos vivificados como o trigo, e cresceremos como a vide. Osé. 14:5 e 7.

6) Esperamos o grão / cristo espera colheita

O trigo desenvolve-se, primeiro, a erva, depois, a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga. Mar. 4:28.
O objetivo do lavrador ao semear a semente e cultivar a planta, é a produção do grão - pão para o faminto e semente para as futuras ceifas.

Semelhantemente o objetivo do lavrador ao semear a semente e cultivar a planta, é a produção do grão.

Ele procura reproduzir-Se no coração e vida de Seus seguidores, para que por meio destes possa reproduzir-Se em outros corações e vidas.

7) O desenvolvimento gradual das plantas desde a semente, é uma lição objetiva na educação das crianças.

Há primeiro, a erva, depois, a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga. Mar. 4:28.
Aquele que deu esta parábola criou a minúscula semente, deu-lhe propriedades vitais e determinou as leis que governam seu desenvolvimento. E as verdades ensinadas pela parábola foram uma realidade em Sua própria vida. Ele, a Majestade dos Céus, o Rei da glória, tornou-Se um recém-nascido em Belém, e por algum tempo representou a indefesa criancinha sob os cuidados da mãe. Na infância falou e agiu como criança, honrando Seus pais, satisfazendo-lhes os desejos de modo a ajudá-los. Desde o raiar de Sua inteligência, porém, esteve Ele constantemente a crescer em graça e conhecimento da verdade.

Pais e professores devem ter por fim cultivar as tendências da juventude, de tal maneira que em cada estágio da vida possa representar a beleza apropriada àquele período, a desdobrar-se naturalmente, como fazem as plantas no jardim.

Os pequeninos devem ser educados com uma simplicidade infantil. Devem ser ensinados a estar contentes com os pequenos e úteis deveres e com os prazeres e experiências próprias de sua idade. As crianças correspondem à erva da parábola, e a erva tem uma beleza toda peculiar.

As crianças não devem ser forçadas a uma maturidade precoce, mas tanto quanto possível devem reter viço e graça de seus tenros anos.

Quanto mais calma e simples a vida da criança, isto é, mais livre de estímulos artificiais e mais de acordo com a natureza, mais favorável é para o vigor físico e mental e para a força espiritual.

8) Você colhe o que faz

Em virtude das leis de Deus na natureza, os efeitos seguem as causas com certeza invariável. A colheita testifica da semeadura. Nisto não se admitem simulações.

Os homens podem enganar seus semelhantes, e receber louvor e recompensa pelos serviços que não prestaram. Mas quanto à natureza não poderá haver engano. Contra o lavrador infiel a ceifa profere sentença condenatória.

E no mais alto sentido isto é verdade também no mundo espiritual. É na aparência e não na realidade que o mal é bem-sucedido.

EXEMPLO:

O menino vadio que foge da escola, o jovem preguiçoso em seus estudos, o balconista ou aprendiz que deixa de servir aos interesses de seu patrão, o homem que em qualquer negócio ou profissão é infiel para com as suas mais altas responsabilidades, pode lisonjear-se de que esteja a adquirir vantagens enquanto o mal estiver oculto. De fato, nada ganha com isto, antes se está defraudando a si próprio.

9) A ceifa da vida é o caráter

A ceifa da vida é o caráter, e é este que determina o destino tanto para esta como para a vida futura.

A ceifa é uma reprodução das sementes semeadas.

Cada semente produz fruto segundo a sua espécie. Gên. 1:11.

EXEMPLO:

Assim é com os traços de caráter que acariciamos. Egoísmo, amor-próprio, presunção, condescendência própria, reproduzem-se, e o fim é miséria e ruína.

O que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna. Gál. 6:8.

Amor, simpatia, bondade, produzem frutos de bênçãos, colheita esta que é imperecível.

10) Na colheita, a semente é multiplicada.

Na colheita, a semente é multiplicada. Um simples grão de trigo, multiplicado por semeaduras repetidas, cobriria um país inteiro com molhos dourados.

Tão dilatada poderá ser a influência de uma simples vida, ou mesmo de um simples ato.

Quantas ações de amor, através dos longos séculos, têm resultado da memória daquele vaso de alabastro quebrado para a unção de Cristo!

Quão inumeráveis dádivas têm trazido para a causa do Salvador aquela contribuição feita por uma pobre viúva desconhecida, contribuição de "duas pequenas moedas, que valiam cinco réis"! Mar. 12:42.

11) Liberalidade

A lição da semeadura ensina a liberalidade.

O que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará. II Cor. 9:6.

Diz o Senhor:

Bem-aventurados vós, que semeais sobre todas as águas. Isa. 32:20.

Semear sobre todas as águas significa dar onde quer que nosso auxílio seja necessário. Isto não levará à pobreza.

"O que semeia em abundância em abundância também ceifará?.II Cor. 9:6.

O semeador multiplica suas sementes, lançando-as. Assim, aumentamos nossas bênçãos, comunicando-as.

A promessa de Deus garante a necessária suficiência para que possamos continuar a dar.

Mais do que isto: quando comunicamos as bênçãos desta vida, a gratidão dos que as recebem prepara-lhes o coração para receberem verdades espirituais, e produz-se uma ceifa para a vida eterna.

12) Vida pela morte / morte para a vida

Pelo lançamento da semente ao solo, o Salvador representa Seu sacrifício por nós.

Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, disse Ele, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. João 12:24.

Unicamente pelo sacrifício de Cristo - a Semente - poderia produzir-se fruto para o reino de Deus. De acordo com a lei do reino vegetal, a vida é o resultado de Sua morte.

Assim é com todos os que produzem frutos como coobreiros de Cristo: o amor e interesse próprios devem perecer, a vida deve ser lançada nos sulcos da necessidade do mundo.

13) A lei do sacrifício próprio é a lei da preservação de si mesmo.

O lavrador conserva o seu grão lançando-o fora, por assim dizer. Semelhantemente, a vida que se dá livremente ao serviço de Deus e do homem, é a que será preservada.

A semente morre para expandir-se em nova vida. Nisto se nos ensina a lição de ressurreição.

De corpo humano deposto na sepultura para se desfazer, diz Deus:

Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. I Cor. 15:42 e 43.

Procurando os pais e professores ensinar estas lições, este trabalho deve tornar-se prático. Que as próprias crianças preparem o terreno e semeiem a semente. Enquanto trabalham, o pai ou o professor pode explicar o jardim do coração, com a boa ou má semente ali semeada, e mostrar que, como o jardim deve ser preparado para a semente natural, assim deve o coração ser preparado para a semente da verdade. Ao ser a semente lançada no solo, poderão ensinar a lição da morte de Cristo; e ao surgir a erva, a verdade da ressurreição. Crescendo a planta, continuar-se-á a fazer a correspondência entre a semeadura natural e a espiritual.

14) Deve haver diligência

De maneira semelhante devem ser instruídos os jovens. Do cultivo do solo, podem-se aprender constantemente lições. Ninguém se estabelece em um trecho de terra inculta com a expectativa de que de pronto ela forneça uma colheita. Deve-se empregar no preparo do solo um trabalho diligente, perseverante, bem como na semeadura e cultura da plantação. Semelhantemente deverá ser na semeadura espiritual. O jardim do coração deve ser cultivado. O terreno deve ser lavrado pelo arrependimento. As plantas daninhas que abafam o bom grão, devem ser desarraigadas. Assim como o solo de que se apoderaram os espinhos só se pode readquirir mediante trabalho diligente, assim as más tendências do coração só se podem vencer por um esforço decidido em nome e no poder de Cristo.

No cultivo do solo o obreiro ponderado descobrirá que se apresentam diante dele tesouros de que pouco suspeitava.

15) Respeitar as leis de plantio

Ninguém poderá ser bem-sucedido na agricultura ou na jardinagem, sem a devida atenção às leis envolvidas nestes trabalhos. Devem ser estudadas as necessidades especiais de cada variedade de planta. Variedades diferentes requerem solo e cultura diferentes; e conformidade com as leis que regem cada uma dessas variedades é a condição para o êxito.

CONCLUSÃO

A atenção exigida na transplantação, para que nem mesmo uma raiz fique comprimida ou mal colocada; o cuidado das plantinhas, a poda e a rega, o abrigo da geada à noite, e do sol ao dia; a remoção das plantas daninhas, das doenças, e pragas de insetos; a disposição geral - todo esse trabalho não somente ensina lições importantes relativas ao desenvolvimento do caráter, mas é em si mesmo um meio para aquele desenvolvimento. O cultivo da cautela, paciência, atenção aos detalhes, obediência às leis, transmite um ensino muitíssimo essencial. O contato constante com o mistério da vida e o encanto da natureza, bem como a ternura suscitada com o servir a estas belas coisas da criação de Deus, propendem a despertar o espírito, purificar e elevar o caráter; e as lições ensinadas preparam o obreiro para tratar com mais êxito com outras mentes.

REFERÊNCIAS:

ELLEN WHITE, EDUCAÇÃO / PÁGINAS PARCIAIS - 99 A 112

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