SALMO 1 - A PRIMAZIA DA PALAVRA

1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. 2  Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. 3  Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido. 4 Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa. 5  Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. 6  Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá. Este poema é uma introdução de encaixe ao livro de 150 salmos. Revela o padrão básico da sabedoria e adoração de Israel. A vida é vista não nos momentos isolados do presente, mas na perspectiva da eternidade, na visão de Deus. O autor conecta vida humana intimamente com a vontade e o coração de Deus. O salmo lança um apelo desafiador a Israel – e a to

O QUE JESUS DISSE SOBRE FÉ E RELACIONAMENTO


Num Natal eu fiz uma bicicleta costumeira para meu filho. A bicicleta que ele tinha descrito como a que desejava ainda não tinha sido inventada! Então, eu trabalhei por horas em segredo, fora da garagem, fazendo o melhor que podia para preparar este presente especial para ele. Mas todo o trabalho e planejamento que eu fiz no projeto não teria sido de nenhum valor para ele, se ele o tivesse recusado a aceitar na noite de Natal. De fato, se ele não tivesse aceito o presente, não apenas a bicicleta lhe seria de nenhum valor, mas também sua recusa teria sido um tapa na minha cara.

Independente de um presente ser de muito ou pouco valor (e eu tinha feito algumas coisas que valiam pouco, e eu não envergonhei minha família por rejeitá-los!) o presente não beneficia a menos que seja aceito. Mesmo que o presente seja perfeito –o maior presente que jamais foi dado – e inclui a vida em si mesmo, se ele for rejeitado não só é desmerecido para quem o oferece, mas sua rejeição significa também uma bofetada no rosto do Doador. Tão bela como seja a justificação pela fé no sacrifício de Jesus na cruz, não serve para ninguém a menos que seja aceito.

Justificação é o homem colocar-se na devida posição com Deus por meio do que Jesus fez. É a provisão no Céu pela redenção da raça humana, e tem como seu fundamento a justiça imaculada de Jesus. Justificação, portanto, é sem valor para qualquer pecador até que ele a aceite. A Bíblia não ensina que a salvação é pela graça somente – ela é sempre pela graça mediante a fé. A fé da parte do pecador é essencial.

Portanto, fé envolve mais do que simples assentimento intelectual, ou crença. Os demônios crêem e temem, segundo Tiago 2:19, mas eles não possuem fé salvadora. A fé salvadora insiste em confiar. E confiança imediatamente envolve duas partes, uma confiando na outra. Quando o pecador confia em Jesus para salvação, então nasce um relacionamento salvador. Quando o pecador aceita a salvação pela fé há mais do que uma declaração legal no Céu. Há o início de um relacionamento com Deus, seguido pelos resultados éticos e expectativas.

Enquanto buscamos o que Jesus tinha a dizer acerca deste relacionamento, vejamos primeiramente João 17:3. Aqui Jesus vai logo à base da vida eterna tanto quanto sua recepção dela. "E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste." Embora seja verdade que a base de nossa vida eterna é Jesus e Seu sacrifício a nosso favor, nós ainda temos uma parte a desempenhar. Temos que aceitar este presente. Quando nós primeiro aceitamos Sua graça onipotente, este relacionamento de conhecê-Lo se inicia; enquanto continuamos a aceitar Sua graça cada dia, o relacionamento continua.

Tenho desfrutado perguntar a várias congregações e audiências para votarem a questão: "O que é mais importante – casar-se ou continuar casado?" No final o maior voto vem quando eu pergunto: "Quantos pensam que esta é uma questão estúpida?" Logicamente, tanto casar-se como permanecer casado são importantes. Vir a Jesus é importante, e permanecer com Jesus é importante. É importante que as conexões quebradas entre Deus e o homem sejam restauradas, mas é igualmente importante que a comunhão restaurada seja continuada. Isso significa uma coisa se meu filho aceitasse a bicicleta na noite de Natal e jamais a tocasse. É outra coisa completamente diferente ver o garoto usá-la o ano inteiro.

Jesus disse que a vida eterna, tanto quanto a ela concerne, é uma matéria de conhecimento, e que este conhecimento deve ser ensinado várias vezes. Em Mateus 25 Ele conta a história das 10 virgens nas bodas. Por fim, a recusa do esposo de não permitir que as cinco virgens insensatas entrassem, é porque ele não as conhecia (Verso 12). O problema delas é que não têm um relacionamento pessoal com Deus. Em Mateus 7:23, Jesus descreve aqueles que estarão do lado de fora no final. A despeito de suas muitas boas obras, o Senhor lhes diz: "Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade."

Há realmente somente duas classes de pessoas no mundo hoje – os que conhecem a Deus e os que não O conhecem. Os que conhecem a Deus aceitaram Sua graça justificadora e continuam a aceitá-la em um relacionamento restaurado com Ele. Os que não conhecem a Deus não estão aceitando Sua graça e talvez nunca a tenham aceito. Cada um de nós está num ou no outro grupo.

Quando consideramos as questões de fé e relacionamento, estamos em um sentido falando da mesma coisa. Não existe fé salvadora sem este relacionamento, e não há relacionamento sem fé. Eu gostaria de sugerir que a maior definição de fé salvadora é "confiança". É impossível confiar em alguém, não importa quão digno de confiança ela seja, a menos que a conheçamos e nos relacionemos com ela pessoalmente.

Nós nos relacionamos com alguém usando métodos de comunicação. Falamos com a pessoa; nós a ouvimos; vamos juntos a lugares e fazemos coisas juntos. Da mesma forma, quando consideramos o assunto de um relacionamento com Deus e confiança nEle, descobrimos que a essência do assunto inteiro é nosso companheirismo, nossa comunicação com Ele. A premissa bíblica é que a fé é um dom (Rm 12:3), e o dom não é algo que alguém trabalha para ganhar. A fé nos é dada quando entramos em relacionamento com o Doador; ela vem como um resultado espontâneo de conhecer a Deus. E nós temos fé salvadora assim que conhecemos a Deus como nosso Amigo pessoal, na base mútua.

O problema do pecado em primeiro lugar foi a quebra da confiança, um relacionamento perdido. O originador do pecado decidiu que ele não mais precisava confiar em Deus, que ele podia seguir seu próprio caminho. A questão do pecado não é simplesmente fazer coisas más; ele é um relacionamento quebrado. Quando uma pessoa perdeu seu relacionamento com Deus ele perdeu sua justiça com ralação a Deus.

Quando eu estou vivendo à parte de Deus, eu não tenho justiça. A única justiça que há vem por meio de um relacionamento restaurado com Deus. Jesus disse em João 16:8,9 que quando o Espírito Santo vier "convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem [confiam] em mim." No seu mais baixo denominador comum, pecado é viver uma vida separada do Senhor Jesus Cristo. Somente mediante uma vida de união e comunhão com Ele, feita possível por Seu dom de justificação pela fé, o problema do pecado é eficazmente resolvido e terminada a separação.

Jesus vez após vez nos convida a vir. "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados" (Mt 11:28). Ao jovem rico, após dizer qual o seu problema, convidou: "Vem e segue-Me" (Mc 10:21). "No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba." (Jo 7:37). Mas meramente vir a Jesus não é suficiente. Isto é o começo, mas isto é apenas o começo. Jesus tinha também outro convite favorito – permanecei. "Permanecei em Mim, e eu permanecerei em vós. ... Quem permanece em Mim, e Eu, nele, esse dá muito fruto" (Jo 15:4,5). "Me convém ficar hoje em tua casa" (Lc 19:5). Permanecer nEle é o que o relacionamento de fé tem tudo a ver.

Em João 6:53-56 encontramos algumas palavras difíceis de Jesus: "Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o Seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a Minha carne e beber o Meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. Pois a Minha carne é verdadeira comida, e o Meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a Minha carne e beber o Meu sangue permanece em Mim, e Eu, nele."

As pessoas a quem Jesus falou estas palavras eram supostamente confusas, entendiam mais claramente do que estavam dispostos a admitir a que Ele estava se referindo. Eles tinham os rolos e tinham lido Jeremias 15:16: "Achadas as tuas palavras, logo as comi." Eles entendiam que Ele lhes estava oferecendo um relacionamento com Ele mesmo, mas eles O rechaçaram porque eles buscavam um reino temporal. O que o alimento é para o corpo, Cristo deve ser para a alma.

O alimento não pode beneficiar-nos a menos que nós o comamos e ele se torne uma parte de nosso ser. Cristo não é de nenhum valor para nós se nós não O conhecemos como Salvador pessoal. Comer é algo muito pessoal; ninguém pode comer ou beber por você. Você precisa fazer isso por si mesmo. E da mesma maneira, ninguém pode comer espiritualmente por você.

Jesus foi a uma vila samaritana. Ele encontrou uma mulher do local. Ela foi ao povo da vila e lhes contou: "Vinde comigo e vede" (Jo 4:29). Eles vieram. Mas após o encontro com Jesus eles disseram: "Já agora não é pelo que disseste que nós cremos; mas porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo" (Verso 42).

Se você depender de outra pessoa para comer, e respirar e exercitar-se por você, você morrerá. Na vida espiritual, se você depender de outra pessoa para fazer seu estudo da Bíblia, sua oração, e seu compartilhar, você morrerá espiritualmente. Jesus disso em Mateus 4:4: "Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus." Ele disse em João 6:63: "As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida." Ele disse em Mateus 26:41: "Vigiai e orai." E também disse em Marcos 8:35: "Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á."

É por meio de ingredientes tangíveis de relacionamento – estudo da Bíblia, oração, e testemunho cristão – que nós entramos em relacionamento com Ele e que nós continuamos do mesmo modo a permanecer nEle. Qual será o resultado? Experimentaremos um relacionamento tão estreito com Ele, e Ele em nós (cf. Jo 17:20-23).

É essencial, portanto, que nos lembremos que nosso relacionamento com Deus não está baseado no comportamento, porém na comunicação. Todo aquele que pensa que seu comportamento é a base de seu relacionamento logo desistirá do relacionamento. E todo aquele que se desanima do seu relacionamento com Cristo por causa do seu comportamento é legalista.

Há uma diferença entre estar desencorajado com nosso comportamento e estar desapontado com nosso comportamento. Eu estou desapontado com meu comportamento muitas vezes, porém não estou desapontado com meu relacionamento com Cristo! Por quê? Porque Jesus tinha uma maneira bondosa de ir em frente com Seus discípulos mesmo quando eles falharam e pecaram vez após vez. Leia de um exemplo em Lucas 9:52-56. Os discípulos tinham intenção de fazer descer fogo sobre os samaritanos e destruí-los. Jesus os repreendeu, e Ele também pode repreender a você e a mim. Mas Ele continuou a andar com eles. Eles foram juntos para outra vila.

Assim podemos cobrar ânimo quando compreendemos que Jesus continua a andar conosco enquanto nós continuamos a buscar companheirismo com Ele. A mais cedo ou mais tarde Seu poder que é maior que nossas falhas, completará o trabalho que foi começado em nossas vidas. Ele logo nos convidará para vir, quando Ele disser: "Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo."

Lá nós permaneceremos com Ele para sempre.

Morris Venden
MINISTRY/MARCH/1982. Págs. 8-9

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