Para descobrirmos o tema desta parábola devemos voltar ao início da perícope e perceber o contexto em que a parábola do Rico e Lázaro foi proferida. Os publicanos e pecadores, como descreve a Bíblia em Lucas 15:1, se aproximavam de Jesus para ouví-lo. Isso desgostou os fariseus e os escribas, que começaram a murmurar, pois julgavam ser uma atitude errada de Cristo gastar seu tempo ou ficar na companhia destas pessoas que segundo eles não eram dignas de salvação.
Jesus percebeu o sentimento dos seus opositores e para respondê-los começou a propor parábolas. Em sequência Cristo conta a parábola da “ovelha predida” (Lc. 15:3-7), da “dracma perdida” (Lc. 158-10), do “filho pródigo” (Lc. 15:11-32), e por fim a parábola do “administrador infiel” (Lc. 16:1-13).
As três primeiras parábolas contadas por Jesus tinham o objetivo de ensinar aos seus opositores a importância de salvar o perdido, e mostrar como Deus valoriza este ato. Mas a última ou quarta parábola da sequência muda o tema, e Jesus conclui assim: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Lc. 16:13).
Após ouvir esta parábola a Bíblia afirma em Lucas 16:14 que os fariseus, por causa da avareza, ridicularizaram Jesus. A princípio podemos correr o risco de passarmos por cima deste detalhe e achar que o tema da parábola do Rico e Lázaro tem como objetivo responder à questão da salvação dos perdidos ou assim considerados pelos fariseus e simpatizantes, mas seguindo o contexto Jesus muda de direção e vai tratar da avareza dos fariseus. Também percebemos que Cristo trata da questão da salvação dos menos favorecidos, pois os fariseus atribuíam a pobreza à maldição de Deus.
A parábola do Rico e Lázaro não foi contada para responder o que acontece após a morte, ou para explicar como e quem vai para o paraíso (céu ou nova terra) ou para o inferno (morte eterna). Jesus conclui a parábola com essas palavras: “se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressucite alguém dentre os mortos” (Lc.16:31). Cristo enfatiza a necessidade de crermos e obececermos Sua palavra escrita, e como ela está acima dos sinais e milagres.
Pr. Yuri Ravem
Editor Associado do Blog Nisto Cremos
Twitter:@yuriravem
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