SALMO 1 - A PRIMAZIA DA PALAVRA

1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. 2  Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. 3  Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido. 4 Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa. 5  Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. 6  Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá. Este poema é uma introdução de encaixe ao livro de 150 salmos. Revela o padrão básico da sabedoria e adoração de Israel. A vida é vista não nos momentos isolados do presente, mas na perspectiva da eternidade, na visão de Deus. O autor conecta vida humana intimamente com a vontade e o coração de Deus. O salmo lança um apelo desafiador a Israel – e a to

A inspiração da Bíblia


Os seguidores de Jesus Cristo acreditam que não há nenhum outro livro como a Bíblia. Em vez de ser algo que foi desenvolvido por seres humanos, ela veio de Deus. “Homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” é a forma como Pedro o refere (II Pedro 1:21). E Paulo escreve que “toda a Escritura é inspirada por Deus” (II Timóteo 3:16).

Divino e Humano

Estes versículos fornecem-nos duas importantes ideias acerca da Bíblia. Uma é que está baseada na autoridade divina. Os profetas ou escritores da Bíblia não falaram baseados na sua própria autoridade, mas apenas à medida que Deus lhes dava uma mensagem e os ajudava a escrever. Assim sendo a Bíblia origina-se com Deus, e essa é a razão por que lhe chamamos a palavra de Deus.

Mas a Bíblia também tem um aspeto humano. Ela é, apesar da mensagem da Bíblia ser a mensagem de Deus, expressa em termos e conceitos humanos, e os vários livros da Bíblia claramente refletem as diferentes personalidades e os contextos histórico, cultural e teológico dos seus autores.

Necessitamos de reconhecer, por conseguinte, que a Bíblia tem simultaneamente uma dimensão divina e humana. Por um lado, tal compreensão exclui a ideia de que as Escrituras exprimem nada mais do que ideias humanas. Pelo contrário, a mensagem veio do próprio Deus, mesmo tendo sido expressa através de personalidades humanas.

Por outro lado, uma compreensão da relação do humano com o divino na inspiração da Bíblia ajuda-nos a evitar conceitos que sugerem uma transcrição mecânica da Bíblia. Deste modo temos consciência de que Deus não ditou a Bíblia palavra a palavra. Antes, Ele comunicou aos escritores bíblicos uma mensagem específica e deu a cada um deles a liberdade de exprimir essa mensagem no seu próprio modo, enquanto os guiava no processo de escrita, de modo que era a Sua mensagem que era comunicada em vez das ideias dos escritores humanos.

É este processo que nos ajuda a compreender a razão por que temos quatro Evangelhos ou livros sobre a vida de Jesus. Todos os quatro escritores escreveram sobre o mesmo Jesus, mas cada um deles conta a história à sua própria maneira. Como resultado disso, as apresentações de Mateus, Marcos, Lucas e João refletem não apenas a vida, ensino e ministério de Jesus, mas também as personalidades, interesses e contextos histórico e teológico de cada autor humano. Assim sendo, a palavra de Deus é expressa através de palavras de humanos.

A Unidade da Bíblia

A orientação geral divina no desenvolvimento da Bíblia é facilmente reconhecida na sua unidade temática. Os vários livros foram escritos durante um período de mais de 1.500 anos por dezenas de autores diferentes utilizando os seus próprios estilos literários quer de prosa quer de poesia. Estes autores escreveram a partir de variadas situações históricas e pessoais. Apesar disso, através de todo esse tempo e variedade, a Bíblia dá a mesma mensagem de Génesis a Apocalipse. Há uma unidade na mensagem da Bíblia que é uma testemunha à Pessoa divina que esteve por detrás da sua inspiração do início ao fim.

Por que Temos a Bíblia

Mas por quê, precisamos de perguntar, Deus nos deu a Bíblia? A resposta é simples: Ele queria que nós O conhecêssemos. Se bem que seja verdade que podemos obter uma visão geral do poder do Deus Criador observando o mundo natural (Romanos 1:20), esta visão geral faz-nos desejar ter um conhecimento mais detalhado e específico. Assim, a fim de capacitar-nos a compreender quem Ele é e a encontrarmos esperança naquilo que frequentemente nos parece um mundo sem esperança, Deus revelou-se a Ele próprio a homens e mulheres nas palavras e figuras de linguagem da Bíblia.

Mas Ele foi ainda mais longe. Ele enviou Jesus Cristo para nos ajudar a compreender, uma vez que Jesus é a imagem exata da Pessoa de Deus (Hebreus 1:3). Assim sendo, num certo sentido, Jesus Cristo é a “Palavra” ou “Verbo” (João 1:1). Isso faz da palavra escrita na Bíblia um reflexo ou comentário sobre Jesus, com o Antigo Testamento apontando para Ele e o Novo Testamento apresentando a Sua vida e ministério. Jesus Cristo é o centro das Escrituras do Génesis ao Apocalipse. Ele é a Palavra, a revelação do próprio Deus feita humana.

O apóstolo Paulo é bastante explícito ao apresentar a razão pela qual Deus inspirou as Escrituras. Em primeiro lugar, diz ele, as Escrituras “podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus” (II Timóteo 3:15). Além disso, “a Escritura é… útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (v. 16-17). Por outras palavras, a Bíblia revela-nos o caminho da salvação, quer antes quer depois de a aceitarmos. Como diz o salmista, “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho” (Salmos 119:105).

Conhecendo o que a Bíblia é, como e por que foi escrita, ajuda-nos a compreender o indescritível e magnífico dom que Deus nos deu. É um guia indispensável para toda a humanidade na jornada desta vida, com um convite para uma vida eterna com o nosso Criador.

Fonte: The Andrews Study Bible, Copyright © 2010 by Andrews University Press", traduzido por Pr. Paulo Cordeiro.

FILIPE REIS
Nascido e educado na Igreja Adventista do Sétimo Dia e batizado em Março de 1989, aos 13 anos. Vive em Vila Nova de Gaia, Portugal. Serviu vários anos como Diretor da Escola Sabatina e Ancião na Igreja de Pedroso, Portugal, entre outras funções. Atualmente, é Colportor Evangelista da União Portuguesa. Em breve iniciará a formação em Teologia, para servir como Pastor. Editor do Blog O Tempo Final. Casado com Sofia, têm um bebé, Caleb Filipe, nascido em Junho de 2009.

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