Salmo 23 - O Senhor é meu Pastor, nada me faltará...

1. Uma fórmula para o pensamento. Um pastor recebeu a visita de um homem que admira muitíssimo. Ele começara a trabalhar em uma certa empresa, muitos anos atrás, exercendo uma função inferior, mas com muita vontade de vencer. Ele era dotado de muitas habilidades, e de uma grande energia, e fez bom uso disso. Hoje, esse homem é o presidente da companhia, e possui tudo que tal cargo representa. Entretanto, durante a caminhada que o levaria a esta posição, ele não obteve a felicidade pessoal. Tornou-se nervoso, tenso, preocupado, doentio. Um de seus médicos sugeriu-lhe que procurasse um pastor. O pastor e ele conversaram sobre os remédios que lhe haviam sido receitados e que ele tomara. Depois, o pastor pegou uma folha de papel e lhe deu a sua receita: ler o Salmo 23, cinco vezes por dia, durante uma semana. Disse que o tomasse exatamente como ele indicara. Primeiro, deveria lê-lo logo que acordasse de manhã, atentamente, meditando bem nas palavras, e em espírito de oração. Depois, ele

Que espécie de Líderes e Liderados nós somos?


Centenas de títulos são escritos, todos os anos, sobre liderança no mundo inteiro. Há verdadeiros bestsellers que constam dos principais cursos de administração, marketing, etc. Os grandes nomes da liderança mundial não se cansam de palestrar, escrever e aconselhar executivos, CEOs das grandes companhias multinacionais com fórmulas novas ou mesmo velhas e atualizadas sobre como liderar com êxito. Já li muito a respeito, mas continuo com a Bíblia Sagrada. Os ensinamentos ali contidos são sempre abrangentes, modernos e estão em plena coerência com as necessidades de hoje.

Quer ver um exemplo? Está no livro de Números. Sim, o quarto livro na sequência como conhecemos a Bíblia no idioma português cuja autoria é atribuída a Moisés, o grande profeta libertador do povo de Israel antigo. Ali há uma história curiosa e que até causa um certo desconforto a uma primeira leitura. Diz o relato que três homens influentes do povo, chamados Coré, Datã e Abirão, promoveram uma insurreição e acabaram engolidos literalmente pela terra. Diz o capítulo 16, versículo 31 que “acabando ele de falar todas estas palavras, o solo se fendeu sob os pés deles, e a terra abriu sua boca e os tragou com as suas casas, bem como todos os homens de Coré, e todos os seus bens. Eles e tudo o que lhes pertencia desceram vivos ao sepulcro, e a terra os cobriu, e desapareceram no meio da congregação”.

Espantado? Como Deus permitiu que os três fossem engolidos? Um absurdo na sua opinião? Bem, se lermos bem o contexto, vamos entender até onde foram estes líderes e ao mesmo tempo liderados. E digo mais. Podemos extrair pelo menos duas lições sobre como liderar e como ser um bom liderado a partir deste episódio. Em qualquer circunstância, tanto no trabalho, quanto na igreja, na ONG, na escola, na família.

Humildade - A história bíblica mostra que Coré e seus companheiros de insubordinação (número que chegou a 250) passaram a questionar a liderança de Moisés e Aarão. É claro que todos os líderes podem ter erros e Moisés também não foi perfeito. Mas a pergunta de Coré soou arrogante e prepotente: “Por que, pois, vos elevais sobre a congregação do Senhor?” (Números 16:3). Saber submeter-se à liderança, às vezes, é tão difícil quanto liderar. A humildade, que não pode ser confundida com humilhação, é o segredo do sucesso.

Quanto mais as pessoas aprendem a depender de Deus, mais facilmente compreendem seu papel que nem sempre é o de protagonistas. Em uma grande corporação, nem todos são chefes. É preciso que haja pessoas em todas as funções para que a engrenagem faça a roda girar. Nos tempos modernos de liderança, Coré e sua equipe compõem uma nota dissonante em relação aos demais do grupo ao não verem que tinham uma posição definida. E cabia a eles desempenhar da melhor maneira esse papel e ajudar os demais líderes. Não souberam.

Confiança – Na continuação do diálogo com Moisés, o trio de resistência, encabeçado por Coré, questiona a condução do povo até o presente momento. A afirmação foi enfática: “Porventura é pouco que nos fizeste subir de uma terra que mana leite e mel para nos matares neste deserto, senão que também totalmente te assenhorais de nós?” (Números 16:13). Esta indagação foi além da liderança de Moisés e Aarão. O questionamento era referente a Deus, afinal de contas o Senhor mesmo conduzia o povo em direção a Canaã. Este é o problema de muitos líderes e muitos liderados. Não confiam em ninguém, nem em Deus. Preferem suas próprias ideias e teorias, seus conceitos próprios que imaginam ser à prova de qualquer argumentação e não aceitam nada fora do seu pensamento, nem mesmo quando a orientação é divina. Quem estuda melhor o livro de Números, percebe que o povo vagueava pelo deserto em grande parte porque não havia confiado no relato dos espias Josué e Calebe e porque desobedecia ao que Deus determinava. Confiança é palavra-chave para líderes e liderados em todas as áreas. Saber escolher as melhores referências e ter Deus como guia infalível.

Cada vez que lermos esta história de Coré, Datã e Abirão seremos levados a pensar que a rebelião contra Deus nasce principalmente destes dois aspectos: falta de humildade e confiança. Infelizmente muitos lideram sem estes princípios em mente atualmente. E tantos outros se portam como liderados sem estas duas características. Talvez a terra não os engula, mas seus planos profissionais e pessoais podem cair dentro de um grande buraco. Por não assimilar o que Deus espera.



FELIPE LEMOS

Jornalista, blogueiro, twiteiro, especialista em marketing, Assessor de Imprensa da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul
Editor geral do Blog Realidade em Foco
Email: felipex29@gmail.com 

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