Salmo 23 - O Senhor é meu Pastor, nada me faltará...

1. Uma fórmula para o pensamento. Um pastor recebeu a visita de um homem que admira muitíssimo. Ele começara a trabalhar em uma certa empresa, muitos anos atrás, exercendo uma função inferior, mas com muita vontade de vencer. Ele era dotado de muitas habilidades, e de uma grande energia, e fez bom uso disso. Hoje, esse homem é o presidente da companhia, e possui tudo que tal cargo representa. Entretanto, durante a caminhada que o levaria a esta posição, ele não obteve a felicidade pessoal. Tornou-se nervoso, tenso, preocupado, doentio. Um de seus médicos sugeriu-lhe que procurasse um pastor. O pastor e ele conversaram sobre os remédios que lhe haviam sido receitados e que ele tomara. Depois, o pastor pegou uma folha de papel e lhe deu a sua receita: ler o Salmo 23, cinco vezes por dia, durante uma semana. Disse que o tomasse exatamente como ele indicara. Primeiro, deveria lê-lo logo que acordasse de manhã, atentamente, meditando bem nas palavras, e em espírito de oração. Depois, ele

Romanos 12:2

Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus’ (Romanos 12:2).

Esquematização e Desenvolvimento

1. ‘Rogo-vos, pois, irmãos’

Paulo faz um apelo emotivo, profundo. Não apenas um pedido, muito menos um simples conselho. Um rogo, como que se a vida do leitor dependesse da resposta ao que vem a seguir (o que, na realidade acontece).

Na mesma carta, o apóstolo repete a expressão ‘rogo-vos’ (15:30, 16:17) reforçando a importância de atender à sua mensagem.

Paulo não fala para um grupo qualquer de desconhecidos, mas para os crentes que partilham a sua fé em Jesus. Crentes esses, cuja distância física não era impeditiva de unirem esforços e propósitos aos do apóstolo.

A imagem de unidade dos crentes como irmãos é repetida nas cartas aos Coríntios (I 1:1), Gálatas (1:2), Efésios (1:5), Colossenses (1:2) e Tessalonicenses (II 1:2), tendo já essa mesma ideia sido expressa na carta aos Romanos (1:13; 7:1, 4; 8:12, 9:3; 11:25), e sido repetida posteriormente (15;14, 30; 16:14, 17).

2. ‘Pela compaixão de Deus’

Paulo sugere que o leitor aceite o rogo, não por qualquer mérito que haja nele, mas pela compaixão, pela misericórdia, pela graça de Deus, no mais terno do seu sentido. Somente uma ação que vem da parte de Deus pode produzir bom fruto; nunca algo que venha do homem.

Este é o motivo para a obediência ao Senhor. Diz Romanos 11:31 ‘Assim, também, estes, agora, foram desobedientes, para também alcançarem misericórdia, pela misericórdia a vós demonstrada’.

E a suprema revelação desse favor imerecido tinha sido algum tempo antes a oferta de Jesus para que morresse pelos pecados de todos, e o homem pudesse ser restabelecido à presença de Deus.

3. ‘Que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional’

Deus deseja que Seu povo se coloque à parte, de lado, fora do mundo, para ser apresentado irrepreensível perante Ele. Paulo exorta os cristãos a consagrarem todo o seu ser a Deus; aqui o corpo, no verso seguinte as faculdades mentais.

Deus não pode aceitar junto de Si uma alma condicionada, cujo coração não está totalmente convertido e entregue ao Salvador. Deus exige uma santidade própria do Éden antes do pecado, quando Ele mesmo formou o homem semelhante a Ele. Diz Efésios 5:27 ‘Para a apresentar a Si mesmo, igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível’.

A verdadeira santificação é a consagração de todo o ser do indivíduo. Diz I Tessalonicenses 5:23 ‘E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo’.

Os sacrifícios do sistema cerimonial do Antigo Testamento terminavam com um animal morto; o sacrifício cristão consiste de uma pessoa viva, que testemunhe da transformação em Jesus. Ao mesmo tempo, há um contraste com todos os esforços humanos de auto-salvação, que terminam, infalivelmente, em fracasso e morte.

Somente em Jesus encontramos o Cordeiro que foi sacrificado pelo pecado, mas que vive após ter conquistado a morte.

O culto que Paulo sugere ser apresentado perante Deus, é motivado pela razão, isto é, por uma decisão consciente e propositada de se dedicar ao Senhor. Não por força ou coação, mas por vontade própria, o que torna a adoração agradável aos santos olhos de Deus.

Diz I Pedro 2:5 ‘Vós, também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo’.

Como consequência, a vida do crente passará a glorificar o Senhor, conforme diz em I Coríntios 6:20 ‘Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus, no vosso corpo e no vosso espírito os quais pertencem a Deus.’

4. ‘E não vos conformeis com este mundo’

Paulo exorta a que o povo não se deixe moldar pela contemplação das coisas que são da terra.

Diz I Pedro 1:14 ‘Como filhos obedientes, não vos conformeis com as concupiscências que antes havia na vossa ignorância’. Isto reforça a ideia que após conhecer a mensagem do evangelho e entregar a vida a Cristo, o crente deve seguir o caminho oposto àquele oferecido pelos prazeres do mundo.

Paulo tem a mesmo ideia em mente quando diz aos Colossenses (3:2) ‘Pensai nas cosias que são de cima, e não nas que são da terra’.

De uma outra forma, talvez mais incisiva, Deus faz também o mesmo apelo àqueles que ainda devem tomar uma decisão final. Diz Apocalipse 18:4 ‘Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas’.

5. ‘Mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento’

Paulo refere que o crente não deve copiar os costumes e práticas do mundo, que ficam pelas aparências, mas ser mudado interiormente pelo poder de Deus.

Ao estilo do novo nascimento sugerido a Nicodemos (João 3:3), este processo exige que o crente altere os seus conceitos, prioridades e estilo de vida, renovado num novo entendimento que é trazido pelo Espírito do Senhor. Anteriormente, Paulo tinha apontado isso quando disse ‘sepultados com Ele (…) andemos em novidade de vida’ (Romanos 6:4) e ‘apresentai-vos a Deus como vivos de entre os mortos’ (6:13).

A capacidade de discernimento ficou sob domínio do pecado após a queda. Quando ocorre a transformação, todas as faculdades mentais ficam de novo sob a influência de Deus. A santificação da mente irá progressivamente sendo revelada na maneira de viver, à medida que o caráter de Deus mais se revela no crente.

6. ‘Para que experimenteis qual seja a boa agradável e perfeita vontade de Deus’

A total revelação de Jesus só está acessível àquele servo que se deixa transformar por Ele. Após permitir que Deus actue, a experiência de vida passa a ser regulada pela norma divina.

O crente obtém a capacidade para optar, escolher o que vem de Deus. Como obteve uma mente influenciada por Cristo, está disposto, decidido voluntariamente, a fazer a Sua vontade, e assim reconhecer a mudança na sua vida. Diz Filipenses 1:10 ‘Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum, até ao dia de Cristo.’

Falando de novo aos seus irmãos, desta vez de Filipos, Paulo explica a última parte dessa mudança de rumo. Diz Filipenses 4:8 ‘Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai’. Por outras palavras, o crente estará, na sua vida, ‘aprovando o que é agradável ao Senhor’ (Efésios 5:10).

FILIPE REIS
Nascido e educado na Igreja Adventista do Sétimo Dia e batizado em março de 1989, aos 13 anos. Vive em Vila Nova de Gaia, Portugal. Serviu vários anos como Diretor da Escola Sabatina e Ancião na Igreja de Pedroso, Portugal, entre outras funções. Em breve iniciará a formação em Teologia no Colégio Adventista de Sagunto (Espanha), para servir como Pastor. Editor do Blog O Tempo Final

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