Salmo 23 - O Senhor é meu Pastor, nada me faltará...

1. Uma fórmula para o pensamento. Um pastor recebeu a visita de um homem que admira muitíssimo. Ele começara a trabalhar em uma certa empresa, muitos anos atrás, exercendo uma função inferior, mas com muita vontade de vencer. Ele era dotado de muitas habilidades, e de uma grande energia, e fez bom uso disso. Hoje, esse homem é o presidente da companhia, e possui tudo que tal cargo representa. Entretanto, durante a caminhada que o levaria a esta posição, ele não obteve a felicidade pessoal. Tornou-se nervoso, tenso, preocupado, doentio. Um de seus médicos sugeriu-lhe que procurasse um pastor. O pastor e ele conversaram sobre os remédios que lhe haviam sido receitados e que ele tomara. Depois, o pastor pegou uma folha de papel e lhe deu a sua receita: ler o Salmo 23, cinco vezes por dia, durante uma semana. Disse que o tomasse exatamente como ele indicara. Primeiro, deveria lê-lo logo que acordasse de manhã, atentamente, meditando bem nas palavras, e em espírito de oração. Depois, ele

Pondo as Idéias para Brigar

Quantas vezes em nossas reuniões – principalmente nas de Comissão de Nomeações ou Assembléias – se alguém faz uma crítica à forma de uma pessoa trabalhar ou a maneira como ela está desenvolvendo a sua liderança, o indivíduo se sente “atacado”, ferido e magoado e, via de regra, vê a outra pessoa como um inimigo potencial e alguém que precisa ser “destruído”?

Antes que você seja rápido em responder, lembrando-se das várias situações embaraçosas que presenciou ou, quem sabe, viveu, quero lembrá-lo que estamos tratando aqui de críticas – avaliação – ao trabalho e não agressões verbais a quem quer que seja. Na primeira situação, o Espírito Santo está no comando; na segunda, com grosseria e falta de amor a Deus e ao próximo, é a carne que está dominando.

Acredito que é possível, numa boa, como diz a rapaziada, “brigar” apenas no campo das idéias – sem jamais perder o equilíbrio e a compostura. Como cristãos maduros, redimidos por Jesus e sendo transformados diariamente pelo Espírito Santo, podemos discutir – lembrem-se a palavra “discussão” pode resumir-se apenas ao campo das idéias: “Debate” – e, depois, sair do local da reunião abraçados e nos amando como bons irmãos em Cristo.

O maior teatrólogo brasileiro, Nelson Rodrigues, tem uma frase fantástica a este respeito: "Toda unanimidade é burra!" Isso implica em dizer que Deus não fez os seres humanos num processo de "fabricação em série"; por isso, é normal, natural, que pensemos diferentes e, com certeza, esta unanimidade, em tudo e nos mínimos detalhes, não acontecerá nunca!

Só lembrando. Ela não aconteceu na Igreja Primitiva: Barnabé queria levar João Marcos, Paulo não queria levá-lo... Rs Como resultado desta falta de "unanimidade", e até discórdia, contenda, o diabo teve mais uma grande derrota: Ao invés de uma dupla missionária, passamos a ter duas: Barnabé & Marcos e Paulo & Silas.

O legal, o bonito nisso tudo, é que houve lá - como tenho certeza que tem que haver sempre entre nós - diálogo, discussão, debate de opiniões e idéias e, acima de tudo, amor e respeito! A livre discordância, como discípulos maduros e servos empenhados na Causa do Mestre, não os tornou rivais e, muito menos, inimigos.

Eles não saíram dali com raiva uns dos outros e “de mal”; pelo contrário, continuaram mantendo contato e cooperando entre si. Ao ponto que, no final do seu ministério, Paulo faz o seguinte pedido numa das suas cartas: “... Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério” (II Timóteo 4:11).

Para mim, depois da Bíblia e dos livros do Espírito de Profecia um dos melhores livros sobre relacionamento cristão é "O Despertar da Graça", de Charles Swindoll. Nele, há um pensamento que deveria constar num pequeno quadro em nossos quartos, salas e escritórios; ele diz mais ou menos assim: "Nas coisas essenciais, unidade; em todas as demais, liberdade e amor!"

Domingo passado, eu estava presidindo uma Comissão de Nomeações, em uma das congregações do meu distrito; quando chegamos ao cargo de Diretor de Classe Bíblica, um querido irmão que fazia parte da comissão, muito missionário e atuante por sinal, disse o seguinte: “Este cargo eu quero!” Olha, mesmo que fosse uma igreja grande (1.000 membros ou mais) eu jamais veria com estranheza tal atitude; principalmente, como no caso, se a pessoa já estivesse de certa forma exercendo esta função.

Nesse caso, sabendo a forma como esse irmão tem conduzido os estudos na Classe Bíblica aos domingos, apenas dei-lhe as devidas orientações – dizendo que, ao invés de temas aleatórios, como tem feito, ele escolhesse um dos nossos vários cursos e, desta forma, numa seqüência equilibrada, ele apresentaria os temas doutrinários para a igreja e, principalmente, para as visitas (o culto dos domingos é essencialmente evangelístico).

Além disso, expliquei didaticamente que a forma e conteúdo utilizados por ele ficariam muito bem numa outra Classe Bíblica: a pós-batismal, só para membros de igreja. Disse que nada impedia que ele desenvolvesse este esquema de estudos, num outro dia da semana.

Quando falei isso, o querido irmão literalmente “subiu nas tamancas” e disse, entre outras coisas, o seguinte: “Pastor, quem melhor conhece as necessidades da igreja aqui são os próprios membros” [Pronto, acendeu uma “luzinha vermelha”: Perigo!] e que “esses estudos são tudo coisa bitolada...”

Após rebater com muito jeito e argumentos consistentes esses argumentos capciosos, mostrando para os demais irmãos, já que a pessoa mesma não queria entender que não há nada de bitolado nisso; pelo contrário, tanto quanto a Lição da Escola Sabatina, esses estudos ou cursos bíblicos nos auxiliam num estudo mais metódico e equilibrado da Bíblia. Aí disse o que sempre falo nestes momentos: “Só use algo diferente se, comprovadamente, você tiver algo infinitamente superior e – detalhe especial – adequado para estes momentos!”

Continuamos a escolha dos oficiais para 2009 – não precisa dizer que o nome desse querido irmão foi posto de lado para essa função – e eu disse que respeitava o seu ponto de vista, embora ele estivesse em total desacordo com as nossas práticas denominacionais. Assegurei-lhe que isso não afetaria a nossa amizade, e nem tampouco o impediria de assumir um outro cargo; aliás, foi isso que aconteceu.

No final, reafirmamos que a “briga” foi apenas no campo das idéias. Nós nos abraçamos. Continuamos amigos – sem mágoa ou rancor algum. E vamos continuar trabalhando juntos na Seara do Mestre!


PR. ELIZEU LIRA

Pastor em Uberlândia. Atualmente faz pós-graduação em Ciência da Religião e prepara-se para iniciar o Mestrado em Educação.

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Comentários

  1. O princípio da dialética é a contradição de idéias. É falta de maturidade cognitiva e emocional não saber discutir idéias e levar tudo para o lado pessoal. Penso que para todos nós se faz necessário uma reflexão crítica da própria reflexão, e por outro lado, um pensamento mais bem fundamentado e disposto a ser revisto, ou seja, falta-nos humildade! Como disse Platão: "o princípio da sabedoria é admitir a própria ignorância!"

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